quarta-feira, dezembro 20, 2006

"I feel it slip
slip away
why am I
why am I here?
so distant from
my old life
my heart feels so sad"

sexta-feira, dezembro 15, 2006

isso doi e não devia.

E quando os meses passarem e tudo acabar? Vou ter de ver-te partir como hoje?

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Olá. Adeus. Olá.

Já nem me importo se vinhas e me abandonavas outravez. se me mentias descaradamente e eu acreditava. se eras tu ou não. tu vinhas. ficavas. e ias. não interessa se a solidão é minha. se a dor é minha. tu vais e fica isso tudo. e eu nem sei quem tu és. diz porra. Diz!! porra. isso faz sentir-me um débil mental. olha olha não me sinto especial. toda gente se devia sentir especial e abraçada e ter alguém a quem chamar amor. e ter amigos. e ter essas coisas e pessoas banais mas especiais. não é? toda gente tem isso. eu nem precisava de uma mão cheia de pessoas. uma chega. uma que me oiça e perceba. acho que tu não me ias perceber. nem ias perceber as minhas lágrimas nem as minhas loucuras e muito menos as minhas palavras. não deves de gostar de loucos fracos que todos abandonam mais que uma vez. isso faz sentir-me usada. e de que importa isso? nem aquilo de que mais gosto sei fazer direito. podia pintar. escrever. olhar-te. milhares de vezes que nunca ia ser perfeito. eu sou feita a preto e branco. provavelmente as cores que tenho na minha camisola não chegam para mim e para ti. nem chegam para mudar nada entre nós. olha. o céu está a chorar. e eu podia estar num passeio a levar com todas as minhas lágrimas e começar a pesar-me em mim em cada poro da minha pele. mas hoje fiquei aqui. hoje e ontem e sábe-se lá quantas mais vezes. eu fiquei aqui. no meu quarto. a porta continua aberta. e consigo ver as lágrimas escorrerem na janela. elas perseguem-me. e se houver algum dia uma enchente eu vou afogar-me em mim e como louca que sou vou dizer olha que bonito que infeliz teve a sorte de se afogar. a cor da camisola não chega para nós. que se foda então se fica só comigo. comigo ela não é nada. eu não sou nada. nada em ninguém. no coração de ninguém. tu devias ser especial. eu também. sabes? tu és especial sempre que me abraças. e eu deixo de o ser quando acordo e tu és mentira. ou quando te vejo distante e real e práticamente inálcansável por eu não ser a tal. por ser apenas a que se sente abandonada e abraçada por alguém que práticamente a deve mandar foder sempre que a vê sonhar acordada a olhar para si. Olha podes quebrar-me mais a alma e deita-la fora as vezes que quiseres porque também deixei de me importar quantas vezes me reciclo por nada. para ninguém.

/arcade fire-cold wind

sexta-feira, dezembro 08, 2006

eu não quero chegar ao ponto em que me acho louca o suficiente para me matar. deixar que a Marta me faça mal porque às vezes tem um coração de plástico. sonhar. sonhar faz-me mal. deixa-me a memória baça. já não sei bem o que é verdade ou apenas criação minha. faço-me pagar por tudo e dou por mim a castigar[me] a marta. a marta é marta e não Marta. é pequena e a Marta continua a maltrata-la porque alguém insiste em fazê-la sonhar. a marta conta pelos dedos as vezes em que foi feliz e conta de novo, preferia não saber contar e achar que foram 100 vezes ou 20 com os dedos das mãos e dos pés...ela sabe e os numeros diminuem para duas mãos e para uma e a marta já não se quer lembrar mais então deixa de puxar pelo coração e começa a puxar os dedos e as mãos e os braços e de novo os dedos e as unhas roxas. se a marta esticar demasiado as unhas e depois os dedos e depois os braços e se a Marta não a maltratar e a ajudar a puxar mais um bocadinho a marta consegue tocar no tecto e ter o branco. talvez deixe de chorar ou de ser maltratada ou talvez pare de pensar no abraço que precisa porque sonhou com ele de novo a abraça-la. os sonhos cansam e os dedos doem e o coração seca e grita. ela não sabe de mais nada por hoje vai dormir e sentir que é abraçada e depois acordar e sentir-se de novo maltratada e "desabraçada".

/the cure - love song

quinta-feira, dezembro 07, 2006

vale apena lutar quando já sabemos de que não adianta de nada e seja lá o que se faça isso só vai prolongar a dor e tudo vai continuar a acabar na mesma, num quarto de hóspital, entre quatro paredes à espera que os pulmões falhem e o coração pare por fim, depois da luta e do sonho, o erro inútil da estupida máquina humana.

eu odeio isto muito mais quando sinto que não mereço realmente a vida que tenho. e quem luta por ela acaba sempre numa merda de hóspital, e é lá que fica e é lá que morre. já sabia de que tanto esforço não estava a valer de nada, mas continuou e lutou. e foi forte. e a porra porque fico com uma vontade de chorar por alguém que não conheço sem ser de vista e acho-me tão inútil e ingrata com merdas destas...já não dava mais para aguentar e a morfina é precisa...e a dor ganha e acaba por tirar a esperança dos olhares que ficam...e não dá para ficar indiferente e receber noticias destas e agir normalmente quer se conheça ou não....

terça-feira, dezembro 05, 2006

quinta-feira, novembro 30, 2006

Coisas e coisinhas sem importância.


eu sou estranha e dispensável. não me sinto viva mas estou viva. Está frio. as mãos geladas os pés quietos. o sinal de que estou viva. a cada respiração vemos o ar que é nosso. afinal vivemos todos do mesmo ar. e respiramos uns dos outros. é tudo uma troca. dar e receber. ou esqueçer. e à falta de mãos quentes ou frias que se deiem. juntamos as mãos em forma de concha e levamos perto da boca. supramos e aqueçemo-nos connosco e com quem tenha respirado o mesmo ar que nós.

Eu quero lembrar-me que ainda quero dançar à chuva e ser feliz. Apagar não resolve mas ajuda a relembrar sempre que for preciso...

/regina spektor-somedays

segunda-feira, novembro 27, 2006

Coisas. tantas coisas.....

....e se é assim que tem de ser dito, então foda-se, diga-se, eu alimentei-me de ti, suguei-te até ao fim, dei-te o meu coração, e tu sugas-te-o todo. até ao fim. suguei-te sempre que a minha incapacidade era maior do que a vontade, duras-te um bom tempo, mais de um ano, eu aproveitei-me de ti. nunca consegui evitar de te pensar mesmo depois daquela merda de adeus em que pedimos desculpas um ao outro. mas que merda de adeus. se era adeus não se pediam desculpas. dizia-se adeus e pronto. mas tu também fizes-te questão de te alimentares de mim sem saberes e até eu acabar deves ter-te dado por feliz e em mais de um ano provavelmente so te lembras-te duas vezes que existo porque eu te dei pistas caso contrário eu sou mais pequena que uma formiga e indiferença esbanja de mim. também não sei porque estou a escrever esta merda. não tem sentido e deve vir provar mais uma vez que estou perdida. assim é que vejo na merda que me tornei. da maneira como passo dos limites. da vidinha que não tenho mas que me sufoca. e se o tempo congelasse pra ti como congelou pra mim talvez deixasses de achar tudo e todos tão normais. isto devem ser só dramas....é o prazer da escrita e a força da invenção.....e passa mais de um ano...muito mais....e tudo o que foi e não foi escrito era eu, em cada letra de cada palavra, parada no tempo, num dia, numa data, numa hora.....não me quis tornar cega amor,,,,,e sempre te quis chamar amor. que se foda então. se tu me fizes-te sempre mais do que uma coisa e me fizeste sentir eu chamo-te o quiser sabendo que não te amei mas que te devo qualquer coisa, e que se isso é a minha vida desperdiçada, então seja. tu sugas-te-me até ao fim dou por mim acabada. e sabes que mais a Marta que se foda. não passa de uma desiquilibrada que não sabe o que quer

sábado, novembro 25, 2006

Vamos dançar à chuva e ser felizes?
Sim?









Eu disse-te bem alto "gosto de andar à chuva" mas tu continuaste com a tua vida feliz, com o sorriso nos olhos e de guarda-chuva na mão.

Assim já não vamos dançar.

quarta-feira, novembro 22, 2006



Sempre que inspirares mais fundo os pulmões vão doer-te, és tu a sentir-te. Olhas para o poço. Ele engoliu-te. Vês-te lá dentro do lado de fora. Não tens luz nem uma mão a querer puxar por ti. Doiem-te os pulmões. Talvez te tenhas afogado. Sentes-te estranho e não chegas a saber. Estas cansado de pensar e sentir. Inspira de novo e não grites por ajuda. Tu foste sempre o que se pronunciou de boca fechada. Quando se está no fundo do poço a boca abre-se e a água entra. Não podes pedir ajuda nem sair daí. Esperas que o tempo te leve e quando te virem és só ossos sem pele. A alma já não grita e os olhos perderam-se lá no fundo e são confundidos com pedras. Não chegas-te a ver a luz brilhante e a sentir as retinas queimar por teres visto o sol. Foi sempre tudo no escuro. Uma vida no escuro. Estás no fundo do poço e não sabes como. Não compreendes o mundo porque nunca o chegas-te a ver. As pessoas não te maltratam nem te olham de canto ou julgam. porque nunca te viram. ninguém sabe de ti nem tu de ninguém. não tens saudades porque nunca houveram lembranças. não tens nada. e flutuas em ti. no teu nada. e sim. doem-te os pulmões. também ninguém te disse que era coração que se chamava.

terça-feira, novembro 21, 2006

Eu

Está sempre nevoeiro ou chove. Eu gosto. Não tenho de arranjar desculpas para estar em casa. Posso andar à chuva de capuz na cabeça. Encharcar-me até que me doa os ossos. E ficar com os pés como grandes pedras de gelo. Ando o ano todo de sapatilhas. Por mais que tenha tempo chego atrasada a todo lado. Ainda não descobri porquê, mas é defacto uma coisa que gosto de fazer. Ando depressa. Como se estivesse atrasada. Ainda não descobri se é para me enganar a mim ou aos outros. Não tenho ninguém à espera, nem vou a nenhum lado, mas os meus passos são rápidos e a minha expressão é a de alguém com pressa. Quando não ando "a correr" fico sentada a um canto a observar as pessoas, os movimentos, a maneira como falam. Tudo. Ou então pego no caderno e escrevo ou desenho qualquer coisa. Quando estou em casa faço o mesmo, escrevo e pinto. Penduro os meus quadros na parede e faço colagens. Fico horas a ouvir música ou a pesquisar sobre tudo. Quando é dia de lua cheia gosto de acordar cedo, muito cedo. São 05:30 e a lua está grande. Está baixa e pareçe que vai sempre crescer mais. Gosto da noite. ......Não gosto das aulas de português, porque damos Pessoa e os seus heterónimos, a gramática chateia-me. E falamos só na dor de pensar. Estou em plena aula a pensar e a querer escrever ou a querer chorar, pelo simples facto de me fazerem lembrar de tudo aqueles poemas. Sou má aluna a português porque não sei nada de gramática. Não estudo muito e mesmo assim consigo ter melhores notas que uma grande parte. Digo sempre que não mereço o que tenho porque sei que é verdade. Ultimamente saltamos no trampolim, é tão bom como andar de baloiço. Sinto-me livre e leve. Sou fútil e inútil sempre que penso em anórexia. Não incentivo ninguém e julgo toda gente que critica. Ando a tentar ficar longe dessa minha realidade que é a minha mente anorexica, a loucura que é pensar em calorias e quantidades de comida. Ás vezes acho que ando a tentar curar-me. Sempre que me ouviram falar em anórexia disseram que me mandavam para um psicólogo. Sim. os psicologos agora são os salvadores dos fracos e oprimidos. o ultimo que consultei foi para descobrir a area que devia seguir. Não fui para artes, nem para humanidades. Entrei em Economia. Perdi um ano e só depois fui para humanidades. Além do ano perdido, perdi os amigos. Descobri palavras e gente especial. Coisa que mais outro ano não tarda-se a roubar-me. Sou a miuda das andanças. Conheço muita gente e não sou amiga de ninguém. Sou a tipica pessoa dispensável. Sou orgulhosa. E também sou a coisinha mais introvertida que pode existir. A minha auto-estima está no chão e eu em cima dela. Provávelmente a imagem que tenho de mim não é a mesma que a vossa. Acho-me sempre inferior. e critico tudo aquilo de que as "massas" são adeptas. Sou uma desencaixada. E desocupada também. há quem diga que tenho de crescer e arranjar amigos. Apeteçe-me rir quando penso nisso. Não é coisa que não queira é mais coisa que não me sinta capaz de fazer. Pareço um bixinho. Ou o monstrinho. Não se aproximem ou mordo. Porque não gosto, mas afasto-me de toda gente. Eu sou a miuda viajante dos pensamentos, o que faz de mim distante.......

segunda-feira, novembro 20, 2006

Eu não tinha perspectivas para o futuro. Se algum dia houveram planos já não me lembro. Mesmo assim eu esperava sempre um amanhã sem grandes esperanças de que o dia fosse melhor, mas eu esperava. às vezes pensava em suicidio e pensava em queimar o tempo rápidamente pra deixar de pensar e assim no dia seguinte eu tinha só pensado em loucuras. Nunca me esforçei por nada. Penso sempre demais. E a cabeça explode. Durmo. E já é o amanhã. É hoje. Eu não mereço o dia. Eu não mereço nada. Sou uma fraca. Não luto pela vida. Eu só a observo. E aqui entre quatro paredes nada tem movimento. Nem eu. Que fico deitada na cama a olhar para o tecto e a chorar. Não tinha grandes esperanças mas esperava sempre um amanhã, nem que fosse para queimá-lo. Sinto-me incapaz. Deslocada. Estou aqui à tanto tempo. Só me vejo, oiço e cheiro a mim. Sinto-me miserável. Não penso num amanhã com esperança Oh meu deus eu sou vazia. Eu falo d'um deus e nunca acreditei em nenhum. Se eles existissem eu era alguma coisa E eu não sou nada. e já nem me é tão duro saber isso. O coração secou e os movimentos paralisaram. eu sou uma pequena coisa que chora quando adormeçe e acorda com vontade de chorar. eu gastei as palavras. gastei as tintas e já não pinto. eu não era nada mas sentia-me alguma coisa. a coisa pequena que sou. agora cheguei ao fundo e está escuro e sinto-me nada. dantes tinha estrelas, já tinha dito não tinha? Estavam coladas no tecto e brilhavam, outras vezes desciam, tocavam-me e entravam-me pelos olhos e eu tinha cor. Agora por mais que me estique, por mais que me esforçe só vejo escuro. nem sei. mas isso deixa-me triste e com vontade de chorar. e choro porque os olhos deixam cair lágrimas sem eu as conseguir conter.........perdi-me e tenho medo.

A Marta gastou tudo o que tinha. Esqueçeu-se que a vida é longa. Doi-lhe o coração, está cansada e esqueçida. E decepcionada. E também está gasta como as palavras dela. A vida da Marta está como se estivesse no fim sem cura nem remédio. A Marta não tem vida. A Marta é uma coisa miserável sem nada e é nada também.

/fiona apple - never is a promise

sexta-feira, novembro 17, 2006

Mãos frias

Mãos frias. Frias. Frias. Tenho as mãos frias. Estou molhada dos pés à cabeça. E tenho as mãos frias. O resto não interessa. O resto eu quis. Eu quis andar à chuva. Não quero as mãos frias. Nem a boca roxa. Estou pálida. Pareço doente. As doenças arruinaram sempre tudo. Pelo menos aqui. Havia alturas em que ele pedia morfina. Doia-lhe. Ele tomava. E doia na mesma. Só que menos. Agora quero morfina. Também me doi. Eu quero. Mas não posso. Isso é só para doentes a sério. Sabem? E eu não sou uma doente a sério. Não daquelas que vai morrer porque o senhor doutor diz que já não dá mais, então dura uma semana. E morre. Até porque eles mentem às vezes. E podem passar anos. E passam. E ele está bem e sem morfina. Já não doi. Doi-me a mim. E fico com as mãos mais frias sempre que penso nisso. Não tento ser sarcástica nem irónica. Fico mais pessoa. A lembrar do que passou. E eu ando à chuva sempre que posso. Pra ficar doente a sério. Assim não me dão morfina, mas lembram-se que eu existo. Olá. eu existo. olá. tenho as mãos frias e o coração seco mas existo. Quero mãos quentes. E um céu novo. Com cor se possivel. E se poder ser responde-me ao olá porque me cansa continuar a falar sózinha. Falas pra mim menino grande de calças vermelhas? Eu sou pequena e preciso. Eu gosto das tuas cores. E às vezes penso se sou eu que te olho muitas vezes ou se és tu que me olhas. Fica dificil. Vejo-te tantas vezes e às tantas estás aqui ao meu lado sem eu te ver. Nunca dizes olá mesmo. Eu também não te digo por isso deixa lá. Tu olhas-me e eu olho-te. já é um olá não é? Se não é podia ser. Assim tu eras a pessoa que mais olás me dava. E era bom acreditar nisso e isso ser verdade.





Eu não quero gostar de ti. Não quero. Nunca mais gostar sequer. Depois vem a puta da felicidade e a merda da tristeza que nunca tive. E depois há aqueles filhos da puta que são felizes e fazem questão de dizer que não. Hmm. Eu calada estava bem. Mas eles ainda mais. Sim, porque eu mereço tristeza. Nós merecemos. Não é? Nós é que somos os filhos da puta que não prestam e que nunca fizeram ponta de corno e sábe-se lá a merda da razão mas somos sempre nós. Os restantes que se digam com sorte, caso contrário morram todos. Não sabem a porra que é suplicar uma merda d'um olá ou uma merda de um sorriso. Não sabem a tristeza que é pensar no tempo perdido. Mas eu como não presto e mereço vou mas é estar calada. Porque "olá eu sou uma merda de pessoa. Sou uma cabra mal educada. E mando-me foder tantas vezes quanto a vocês". Mastiguem-me. Porque eu não sei as merdas que escrevo. Mas quero e posso. E por isso escrevo.


terça-feira, novembro 14, 2006

A cabeça vai rebentar. Quero levar-me ao ponto de exaustão em que o cansaso me faz chorar. Doi-me a cabeça porra. Quase não durmo. Quase só oiço o senhor Molko o dia todo. Uns fodem a cabeça aos outros, eu fodo a minha. Eu estrago-me. Puta de adolescencia. Estou podre. Podre e cada vez mais obcecada com merdas que nem ao diabo lembra. Digo foda-se sempre que posso. Digo e escrevo. Mal educada não? Quando se está cansado não se pensa. Não penso. Choro. Eu quero mesmo dar cabo de mim. Atirar-me contra as paredes. Para o meio da estrado. Abaixo da ponte. Para o fundo do poço. Ironias. Já me sinto na estrada, debaixo da ponte, no fundo do poço. E ele ainda me canta que eu é que sou a verdade e não ele. Ele é que é a verdade. Ele é o perfeito. Ele sente e sabe. Foda-se. Eu podia amá-lo. Mas penso demais p'ra amar alguém. E aí só o senhor Pessoa tem razão. Ele sabe tudo também. Tudo e mais alguma coisa. É bonito ver que nunca vamos pertencer aqui. Nasci por nascer. Tanta gentinha a precisar de vida e eu aqui a desperdiçar. Sorte a minha. Que fico a desejar conheçer um monte de gente. Somos sempre tão diferetes. Porra e porra. Também somos iguais. Mas isso nunca chega. Da proxima que te olhar manda-me foder. Eu cansava-me se me olhassem assim como te olho, como te vejo. Se quiseres fala-me. Sábe-se lá, eu só preciso de alguém. Era provável que te pergunta-se uma merda do género, de forma ingénua, queres ser meu amigo? É que eu não sou ninguém. E ninguém é amigo de ninguém, por isso já sabes a tua resposta. É não, não é?

domingo, novembro 12, 2006

Qualquer coisa



Olá Marta!! Olá.
Porquê que continuas a falar sózinha Marta? Porque sim.
Os débeis mentais fazem isso. Eu ainda continuo a ser uma atrofiada.
É domingo Marta. É domingo e acordas às 6 da manhã. É domingo e quebras a promessa.
É domingo e eu já devia de ter parado de escrever. Eu prometi. Eu nunca cumpro nada mesmo, pois não? Acho que é porque sempre fizeram o mesmo comigo. Não me sinto amada. Nem amo ninguém. Isso é mau? É pois. Ou não. Deviamos morrer sempre no auge da felicidade. Isso é morrer feliz. E se nunca amei nem fui amada, não pude morrer feliz. há sempre aquelas vezes em que ficamos com alguém por ficar. Tenho nojo de mim. Eu prometi que nunca mais ficava por ficar. Nunca mais. Os corpos dão-se. E as mãos unem-se. E estamos só por estar. Tenho nojo de mim e da outra pessoa. Eu sou vazia. E dava-me assim. A qualquer um. Pensava que o sentimento mudava. E que sim, um dia ia ama-lo. E ele a mim também. Mas eramos só corpos. Corpos nojentos. E já nem o desejava. Mas deixava-me ficar. Eu não presto. Nessa altura era um nojo. Depois deixei de me dar a qualquer um. E conheçi-o. Só dáva-mos as mãos. Não haviam compromissos. E os abraços chegavam. E os passeios chegavam. Ou pelo menos deviam ter chegado. Depois ele quis dar-me o nome dele e eu recusei. Chegaram os intrometidos. Aqueles porcos sem vida propria e sem nome. Estragam sempre tudo. Os intrometidos. E a culpa continua a ser minha. Porque me deixei ficar antes de saber que as mão dadas e os abraços chegavam. E não quis o nome dele. Porque ainda não sabia o meu. E quando sei o meu não tenho o dele.

/placebo - leni

quinta-feira, novembro 09, 2006

Putas. Drogados. Vagabundos. Vádios. Desencontrados. Desentendidos. Desamparados..... Tantos tipos. Tão pouco espaço para tantos. Não sei de onde vim. Nem de onde sou. Sou uma peça às vezes. Porque me julgam assim. Porque julgam poder pegar-me e levar-me e pousar aqui ou ali. E a menina é perfeita em qualquer lado sempre que se deixa levar por alguém. E pra sair daqui pra sitios desses então escolho ficar aqui. E são putas, e drogados e vagabundos e vádios. São da rua. E são os desencontrados, e os desentendidos e os desamparados. Temos em comum uma coisa. Fomos alguma coisa na vida. Se não o fomos podiamos ter sido. Somos os fracos. Os que se deixam ficar. Não somos nada na vida. Não duramos muito na vida. Mais cedo ou mais tarde vamos morrer de overdose, suicidio, desidratação.... Mais cedo ou mais tarde desistimos a meio. Eramos jovens e tristes. Sentimos demais, PORRA, DEMAIS a juventude, choramos porque nos doi. Choro porque me doi ser qualquer coisa desencontrada em mim. E desamparada. E cheia de sentimentos. E podia quase pareçer que se escolhe entre sentir ou viver. E Sentir é morrer.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Estava a gritar no meio da estrada. Tinha sido atropelada. Estava a olhar em volta. à espera da ajuda de alguém. Vi-me. Ali sentada no passeio a sorrir-me. Sorrir para mim. Atirei-me. E fica a ideia de que o condutor fugiu. Ele sabia que podia ir. Que ninguém precisa de saber. E quem imaginar o que quer que seja. Eu tinha sido só atropelada. E vi-me a gritar e a sorrir. Estava sózinha. Sem ajuda. E isso fez-me rir. E só o facto de me achar doentia me faz chorar. E o pánico do que escrevo quando escrevo. Podia ser melhor tantas vezes. Queria ser tanto sem ser sózinha........................................................................
Adormeçer. Sonhar. E morrer. Eu gostava que fosse assim um dia comigo. Sem doer.

terça-feira, novembro 07, 2006

Eu pensava que sim. Achei que não. Convenci-me disso. Não e não. Afinal só pensava. Se sim ou se não não interessa. Já [me] queimei, já [me] cortei, já [me] perdi [no] tempo. Eu exigo demais. Eu prendo-me a pessoas especiais. E ás vezes tristes como eu. Eu fixo sempre e sempre alguém no meio da multidão. E depois fixo sempre essa mesma pessoa sem razão nenhuma. E quero falar-lhe. E nunca se sabe se me vão olhar daquela maneira como quem me diz "vai-te foder". Há gente assim. Eu não sou assim. Eu fico a olhar e a pensar no que eu e alguem podemos ser juntos. E digo-me que sou uma gaja paranoica e muito esquisita. Alguem pensa nisto? Assim? Olho a suplicar por uma palavra, um gesto. E quase pareço triste em frente a alguém. Quase. Mas nunca me deixo ser. E olhas-me e vais-me ver quase forte. Quase normal. E tu até vais achar que sim, que gostas-te de mim. Mas eu não. Eu vou continuar a não gostar de mim por não te mostrar quem sou. É nessas alturas que não devia pensar, imaginar sequer. Devia vomitar. Vomitar o coração e tudo o que resta de mim. Fico louca por continuar cá dentro a dizer que não presto. Cansam-me os monologos.
Coisa mais sem sentido este post.

sábado, novembro 04, 2006

Repete. Repete. De novo. Repete. Ficaram-me aqui depois de ditas. Nem deviam de ser nada. Nada nada. E depois Repete de outra maneira com a mesma intesidade. Porquê que me dizes sempre isso? Sou assim tão insuportável. Irritante que me tens sempre de dizer essas coisas? Olá mamã!! Desculpa! Mãe. Eu nunca fui a menina da mamã. Só a menina da mãe. Sentia-me intimidada se alguma vez me passasse pela cabeça chamar-lhe mamã. Agora é foleiro pois claro já passei da idade. Dantes ficava constrangida. E agora. E agora?? Agora sou uma aberração para a mamã. Eu não me visto como a mamã gostaria que eu me vestisse. Eu respondo a tudo. A mamã acha-me mal educada às vezes. A mamã só não me conheçe. Acha-me normal demais. Ou sei lá. A mamã nunca me vê triste. Ela nunca sabe mesmo de nada. Eu oiço música má, muito má. Que segundo ela faz mal à cabeça. Eu odeio religião. E depois blá, blá BLÁ. sobre religião. e a culpa de eu não acreditar em nada disso já é da música e das companhias. Que companhias? A menina deixou de ter amigos. E só a mamã não percebeu. A mamã só percebe de criticar as imperfeições da menina. E eu sou mesmo má. Pois sou. Não presto e ponto final. Fodam-se as mamãs assim. qual mamã? é só mãe, menina. O resto é confiança a mais.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Doente

Olha-me. Vazia. Sózinha. Inútil.
Sinto-me mal porque te pensei e choro, choro sózinha. Estou cansada. Sinto-me uma inútil. Pensei se pensas em mim. Sinto-me doente mentalmente e hoje a precisar de ajuda porque nos outros dias me esqueçi de me lembrar de ti. Olha-me aqui a escrever e a chorar. A achar que abuso das palavras e que por isso as devo deixar. A ouvir esta senhora que me canta as músicas mais bonitas que podia ouvir. A vê-las chorarem por dentro e a esconderem-se da verdades das palavras. A vê-las outravez fracassar e voltarem para a Ana e agora para a Mia. E elas arruinam a vida. E eu arruino a vida. E o que sei fazer é observar. Observar a vida cair. Nunca vamos ser felizes. Elas sabem disso. Mas acreditam sempre que cada quilo é uma grama de felicidade. E sorriem ao olhar para a balança. Ou choram. Olha-me. Vê-me. Que vida. inútil inútil.
Dois-me. não te quero para isso. Quero ter uma vida. ou ter a metade que me falta. se é que ainda é metade.

E já não sei de mais nada.


/Regina Spektor-Summer in the city

domingo, outubro 22, 2006

18

18. hoje o 18 cabe em mim. Cheguei ao 18 sem o mereçer. eu nem devia existir. hoje muito menos.
Apodreçi. Não. não cheguei a amadurecer ou a passar por todo aquele processo de crescimento. unica e simplesmente nasci e apodreçi. e já nem sei se sei mais sentir. neste tempo todo acreditei que os sorrisos
e as palavras estavam aqui perdidos. devo pedir desculpas por acreditar ingénuamente nisso como uma criança e sorrir descaradamente sem sentir. mentirosa. mentirosa. a vida é feita de mentiras e inútilidades e de vazios no coração. e de suspiros. cansada da vida.
Desaprendi a viver. Então eu desvivo. vou-me matando naquilo que fui porque é só isso que tenho. recordações velhas e sem sentido.
Porquê que começei isto, começo no número um. acabo no 18. Acham-me perfeita. a menina com cara triste mas perfeita. eu sorrio sempre no momento exacto. passo despercebida.existo para os momentos precisos. e só. Podia no 1 ter ouvido gritos de uma mãe que perde um filho. isso ia poupar-lhe toda uma vida. e não ia ficar a ver-me apodreçer a olhos vistos e a cair em lágrimas.
eu só desejava não ter nascido. não para me tornar no que sou.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Nunca cheguei a dizer que te amava porque não, não te amo. nunca mais te encontrei num sorriso. e tudo o que escrevi fosse pelo que fosse era para me lembrar de ti, de que um dia te gostei e não te amei. mas precisei de tanto tempo. de tanto silêncio nas palavras. de tantos pianos cá dentro a chorar e a fazer do meu quarto o meu barco no meu mar que pensava ser nosso. precisei de tanto tempo. de tanto silêncio. ainda preciso. mas hoje sei. caminho para o dia em que nasci com vontade partir. descançar no mar ou no céu. ou lá pra onde se vai. e sinto que não posso ir. que tenho de parar de gritar. de cair. de me erguer e viver. mas hoje também sei que já não sei nada disso. achei que sabia demasiado em determinado momento. apaguei tudo o que as palavras me diziam. achei que elas se calavam e quando isso aconteceu eu parei de gritar e sentias espetarem-se na pele e entranharem-se em mim e ficarem em todas as cicatrizes que já eram tuas e se tornaram mais tuas sem tu as mereçeres.

A Marta só queria ir embora daqui. e isso devia ser tão fácil. mas doi sempre tanto. só de pensar. só de tentar. às vezes a Marta acha que quer isso. às vezes a Marta acha que não quer isso. às vezes a Marta acha tanta coisa. e outras vezes devia fazer o que faz sempre. amuar e ficar num canto a pensar. a chorar. a Marta às vezes tem pena dela. e acha isso triste demais que acha que nem o devia dizer.

terça-feira, outubro 17, 2006

Sabem, eu vivo aqui, dentro do meu coração sem sonhos nem sentimentos. E mesmo assim consigo ter os olhos manchados de vermelho sem lá ter lágrimas. E aqui dentro acabo por viver de memórias ou fazer de conta que me lembro e que houveram coisas bonitas. E quando durmo, às vezes ainda o vejo, como hoje, e quase pareçe verdade o que não foi, e que as desculpas se pediram e que os dias recuaram ao dia em que tudo se perdeu e tudo começou de novo outravez e o dia de hoje não existia mais. E depois. Acorda-se. E dá-se a queda.
Podesse eu chamar a isso sonhar. Não se sonha quando a nossa casa quebrou e a nossa casa é o nosso coração. Quando estamos sózinhos só com lembranças de mentira. Ou coisa alguma.


A Marta devia ler mais e escrever menos. A Marta vai fazer isso pra não ter mais de se esconder atrás das suas palavras porque a dos outros chegam sempre.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Gatilho

Acabo por deixar que a tristeza me satisfaça. A supor que sem ela ou com ela o meu fim seria o mesmo. A fazer de conta que vivo. Só porque sim. Sorrir. Esforçar ao máximo todos os sorrisos e olhar e gritar. Um pedido de ajuda que se arrasta pelos olhares de pavor. Receiam-me. Ignoram-me. Morro. Morro devagarinho. Canso-me da tristeza. Canso-me de pensar em todas as vezes em que quase vivi ou sorri. Choro e grito de novo só porque sim. Quase podia achar que afinal a senhora das palavras bonitas nos mentiu. E que afinal aquele lugar não existe. Nem as mãos se deram. Porque nunca se morre de mão dada. E as pessoas tristes acabam sempre desencontradas. Separadas por um gatilho.

M.

terça-feira, outubro 10, 2006

Partida

Ardem-me cá dentro todas essas palavras desmerecidas que são agora deles. E somos assim. E passamos o tempo todo a queimar tudo o que temos e a perguntar porquê nós? Temos frio, muito frio. Temos fendas, muitas fendas. Não sabiamos. E tinhamos cá dentro palavras que nos ardem, que nos queimam. Que se perdem. E eles vão. Dizem sempre que vão viver. Que se vão juntar à multidão. E desse lado nos observam naquilo que eram. Sempre postos num canto, de livre vontade, como livros empilhados esqueçidos. Sublinhados no pior que temos. Esqueçidos no que melhor tinhamos. Cabisbaixos. Melancólicos. Mas com estrelas que nos entram pelos olhos a dentro e nos fazem brilhar por dentro. Mas eles nunca querem ver. Eles não gostam de estrelas. E às vezes sabemos que não vivemos mas vivemos. E que às vezes temos de ir viver. Porque fazemos parte do mundo. Que nos ignora e magoa. Mas fazemos parte dele. E um dia somos fracos. Mas fracos no meio da multidão. E levamos estrelas connosco. E ainda sabemos quem as tem. E quem somos. E aqui no canto já não gritamos porque o nosso amor morreu.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Já nada pode ser estranho quando tudo se torna rotina. Nada é nosso eternamente. O amor claro muito menos. Ainda mais hoje. Já ninguém se preocupa muito em estar e ser com alguém realmente de verdade. "Hoje não dá. Amanhã secalhar, quem sabe." Amanhã. E amanhã. E depois. Depois já perdemos a vontade e somos nós a adiar para outro dia. "Apareço no msn ou ligo-te para te compensar e ainda te mando um sms de boa noite." Pois sim. Alguém se contenta com isso? Com relações tão virtuais. Ora. Isto agora é assim. Vejo-me a discordar com tudo isto. Não sei se o devo dizer, mas, gostava de ter vivido num momento em que não existiram telemóveis, computador e todas esta tecnologias que nos facilitam a vida e nos estragam o espirito. E se é só o meu que mo estragam[ram] então talvez me deie por satisfeita. "Corre corre vamos chegar tarde." Sempre o maldito do tempo. Claro que hoje os jovens andam sempre muito atarefados (como se fosse enganar alguém a dizer isto) e tempo defacto é o que mais lhes falta[gargalhada]. Ou não dirias tu. E dirias ainda mais que dormir é uma perda de tempo por isso temos que fazer com que o dia seja ocupado mas a noite também. Eu como jovem estudante mas também trabalhadora ocupo o tempo , e depois daquela ironia de à pouco e da gargalhada está claro que disse uma mentira e das grandes. Pois ou eu ando um pouco à frente ou ando muito atrás. Não cheguei ao vicio das roupas, dos morangos, das longas saidas em que gasto o dinheiro que concerteza seria mais util para outra coisa. "Anormal." Digo-vos eu de seguida. "Vazios." Vazios pois, não lêem um livro que seja a unica coisa de que sabem falar é de roupinhas e programas televisivos que são no minimo sem conteudo tal como o resto da televisão portuguesa que é também uma piada, escrever, ora, eu não sou defacto a melhor para criticar tal coisa pois dou bastantes erros, mas vamos lá ver que ainda vou sabendo algumas coisitas e sei o lugar dos C's em vez dos K's e afins. Quanto às saidas. Chegamos a segunda. "Foi demais". Sim, deve mesmo ter sido, faltando a parte de admitir que foram porque fica bem e que por acaso nem acharam muita piada mas tinham de ir na mesma até porque os teus pais não ganham tanto como os meus mas como tu vais eu vou porque senão fico em desvantagem. Damn. Eu vejo isto deste modo. E em convivio indirecto posso afirmar que as coisas se passam assim muitas das vezes e na maioria dos casos. Pois estas pessoas [jovens atarefados] continuam a achar ter muito na cabeça grande mas diminuida ao mesmo tempo. Enfim hoje deu-me para as criticas. Resolvi deixar um pouco de lado os dramas. E sim, continuo a ser uma anormal, ainda faço os meus dramas só resolvi pensar mais no assunto e não escrever no momento dramático mas sim depois dele passado. Concluindo. Eu já fui assim, não viciada em televisão, mas em computador, não em telémovel, mas dado que vivemos todos em sociedade e se convivo com alguém algum dia ia ter de "desfrutar" do uso do telémóvel. Deixei de lado o telémóvel, apesar de o usar para fazer umas chamadas de vez enquando (não sendo uma telémóveldependente), deixei o computador apesar de fazer uso dele para ler blogs e postar nos meus. Em relação ao msn. É provávelmente a maior porcaria inventada neste mundinho virtual. Estraga relações. Inventa-as mas não as constroi porque no final foi tudo virtual e quando é chegado o momento do cara a cara lá se foi a coragem e cá estamos nós desconheçidos, estranhos. Isto faz do "amor" actual estranho. São tantos que o vivem assim. E a mim o que mais me estranha é que fui assim, cansei-me, nunca é a mesma coisa. Acabaram os amigos virtuais e com isso acabaram as conversas que ia-mos tendo porque quase nunca nos viamos. E não me venham com tretas de que se lembram das conversas que tinham virtualmente. Elas não são doces nem amargas. Não sabem a nada. E o depois. São todas as recordações fisícas. Cada dar de mãos, cada olhar, cada beijo. Amargo ou não. É real. O que me faz sorrir. Sorrir por já não achar graça a palavras sem expressão coladas num ercã.
E por hoje é só. Acabou por ser um enorme texto mas não grande coisa. É o meu lado critico. Além do mais é sempre bom escapar à rotina mesmo que seja uma rotina da escrita.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Vi-me retratada nela. Sentia triste e só. Como é que pude deixar passar e não lhe falar. Ela precisava de uma palavra. Ou de um sorriso. De todos os sorrisos que tinha de partilhar sem nunca nenhum ser dela. Ela só precisava disso. Eu só precisava disso. E de hoje não me sentir tão morta. Doente. E deixar de sentir lágrimas. Não conseguir deixar de sentir. Lembrar.Não conseguir tirar os pianos e as lágrimas. Tristes. Tristes. Fico a olhar para uma parede. Ou a desviar o olhar pra que não vejam que quero chorar. Pareço chorar por tudo o que deixei. Eu era pequena. E era assim como ela. Hoje sinto-me assim. Como era e ainda sou. Nesse tempo não tive ninguém que olhasse pra mim e me visse perdida. Porra é preciso perder-mo-nos pra sabermos que alguém pode vir a ser assim? É?
Estou apática e chorosa. Inconsolável. Não sei porque escrevo agora. Não sei porque choro agora. Nunca sei. Ele acabava por ser sempre uma desculpa para todas as lágrimas. Mas hoje não choro por ele. Não sei pelo que choro. Doi tanto. Mais que das outras vezes.....
inútil. eu sou isso. inutil. sózinha. e tanta coisa. preciso de ajuda por já não saber mais mudar.........

quarta-feira, outubro 04, 2006

Desigualdades

Que se fodam a injustiça, a dualidade de critérios, as preferências, o dinheiro, os conheçidos, a puta da escola e toda aquela gente. Igualdade? Isso é? Não é. Pra mim não é. Quando não se têm demasiados conheçidos ou lá a porra, é assim. E ninguém pede para ser excessão apenas para ser igual ao outros. E quando os outros são excessão nós também o deviamos ser porque isso seria ser igual.
Merda pra isto. Pra este post.
Foda-se a vida.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Shhh. Não chores pela minha morte. Não gastes lágrimas em sentimentos frágeis com alguém inútil que já nem cá está mais. Prometi que te escrevia uma carta com as lágrimas e as palavras mortas que já só tinha pra te dar. Morri-te. Mas continuo aqui a escrever-nos. A ler outras pessoas que sentem. Quase pareçe que só sabemos ser tristes. Ou que não há sorrisos em nós. Nunca. Todos olham com desprezo. Não sempre. Mas não nos sentem. Não nos sabem. Julgam-nos tanto. Ignoro isso. Eles têm ar de escritor. Oh sim. Ar de escritor. Ar de quem sente. Eu não. Não tenho ar de nada. Já te morri nas minhas palavras em que tudo é silêncio. Continuo a querer que me mintas. Que me mintas para me achar feliz ou menos inútil por assim dizer. Para ter palavras mentirosas deste jogo imaginativo de mentiras. Porque talvez o que sinta é indizível ou as palavras continuam a não querer nada com cadáveres com vida inúteis. Quantas e quantas vezes já referi o quão grande é a minha inutilidáde. Perdi-me em nós e isso faz de mim inútil. Disseram-mo e eu acreditei. Também acredito em gatos das botas. Num gato branco de botas pretas. Que viaja. E sempre que sai vai à lua. Tenho um gato assim. Mas ele continua a esconder as botas. Recebi uma carta ontem ou lá quando foi. Era um convite para uma decapitação. Ainda suspeitei. Mas tive logo a certeza de que quem a tinha escrito era eu contigo cá dentro. Acabei por ignorá-la. Isso aniquilar-me-ia o amanhacer e impedir-me de ver que é Outono, que chove e faz frio. Não me ia lembrar mais de todos os sonhos forjados. Tudo o que não fui. Todas as palavras que não sou ou que não me cabem mais cá dentro. Escapa-se-me o verdadeiro sentido por isso ainda te espero. Talvez um dia isso mude quando eu já não tiver coração ou não tiver de me esconder na sombra do silêncio das minhas palavras. Acabo sempre por te morrer nessa tua ausência.

sábado, setembro 23, 2006

A Marta hoje está triste. - disse ela (mãe).

A Marta estava a chorar. A Marta não aguentou mais. Teve de chorar. A mãe percebeu. Ela está triste.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Dor


Dor. Prolongou-se. Ainda a sinto.Ainda te sinto. Aqui. Cravado na minha pele enfraquecida. Foi assim desde o momento em que me suicidei em ti. Permiti-me a isso. Nunca soube bem quando começou ou quando acaba mais. Chamo-te dor todas as vezes que te lembro. É tão sem sentido. Devias ser amor. Amor que não foi amor. Hoje consegues doer menos. Fazias-me falta. Ontem. Hoje também. Mas ontem precisava-te mais. Precisava de me sentir confortada. Estava sózinha numa sala de espera no hóspital. Angústiada. Tive medo. Tanto medo. Todo o meu futuro me passava diferente na mente. Diferente daquilo que sempre foi planeado. Era um passado a tornar-se futuro. Como se fosse tudo tornar-se a repetir. Só que desta vez não tinha um pai doente. Tinha também a mãe. ficava eu. só eu. Pra tomar conta dos dois. Senti-me terrivelmente só. E tudo o que tinha ontem aí eram olhares pesados sobre mim. Nunca me imaginei tão desamparada. Só precisava de um abraço. De não sentir tanto medo. Não quero tornar a [re]viver tudo de novo. e sentir-me tão miserável que precise de um maldito abraço teu. Foda-se. Afinal tu és só dor. Lamento não teres sido mais do que isso. Lamento que apenas caibas nessa palavra minuscula de nome dor. Lamento-te assim como lamento a minha existência tantas e tantas vezes.

terça-feira, setembro 12, 2006

I dream about you

Tenho medo do escuro. Dás-me a mão, por favor?


quarta-feira, setembro 06, 2006

Odeio-me

Odeio que me faltem mais as palavras. Odeio pensar em ti, mas não te odeio. Odeio o simples facto de não te odiar ou fazer-te indiferente. Odeio ter de perder tanto. Odeio não ter mais uma história para te contar. Não ter mais vida para viver. Objectivo para alcançar. Tudo isto só porque me odeio.


-Depressiva??
-Não. Não preciso de análises nem atestados.
-Sempre soube o que tinha menos a cura.
-Talvez seja um beijo, um sorriso, um olhar ou uma simple palavra.
-Os gritos de suplico por algo tão simples como isso não foram suficientes.
-Parei de gritar. Acham que não mereço nada.
-Afinal só estou aprisionada a um corpo.
-As pesssoas acabam sempre por ignorar "pesos mortos".
-Estou morta?
-Sim. Há tanto tempo.
-Morri-te e as palavras morreram comigo.

terça-feira, agosto 29, 2006

Arranha-me. Mata-me. Deixa-me ser cobarde e ir. Eu nunca disse que sou forte. E o que eu quero é mesmo para os fracos. Aprendi alguma coisa? As asas não são minhas. Nem as desenhadas na areia ou neve. Escapam-me sempre. Em tanto tempo podia concluir nada. E saber que não existem culpas. Mas. Isto doi-me todos os dias. Falo em mim. Mas evito-me. Não uso um eu. Uso sempre um nós. Nós não fomos nós. Eu é que tentei sempre ver mais além nesta cegueira. E quando por fim vi. Vi alguém pouquissimo importante estragar-me o pouco que tenho. Podia ser eu. Sim sou eu também. Mas também são eles. Eles são fantasmas. Arranharam. Fizeram com que me deixasses. Eu não existo. Culpo-os a eles. Mato-me um pouco todos os dias em que te penso. Ou ignoro o olhar de um recomeçar. Não sei começar mais. O cigarro já vai no fim e eu nem fumo. Continuas a insistir em tê-lo perto do meu coração. Acabo eu queimada no fim. E tu sem cigarro. Há-de haver sempre mais um. Por isso. O fumo não te importa. Mas porra tira-mo. Atira-o para o chão. E pisa por fim esse cigarro cobarde dependente de ti. E deixa-me continuar. Sem precisar de haver mais culpados. Deixa as cicatrizes. A nuvem espessa do fumo algum dia há-de passar. Quando passar espero estar aqui.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos actos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.


Sophia de Mello Breyner


Há quem não nasça com o dom da felicidade, há quem não nasça com o dom de escrever bem e bonito. Nenhum desses me pertençe. Não que desista de algum, mas, por hoje não escrevo pois nada do que escrevo(ria) sai(ria) perfeito tal como o que ela escreveu. Invejo-lhe as palavras bonitas. E isso não é nada bonito.

quarta-feira, agosto 23, 2006

A vida devia ser mais que uma simples rotina. Consumismo. Materialismo. Sentimentalismo. Deviam ser corações suspensos no ar. O cheiro doce. O colorido. As borboletas. Pensava que era uma. Não sou. Elas vão ser sempre da primavera e do colorido. Elas vão ser sempre da felicidade. Não de pessoas como eu. Com um olhar vazio. Não tenho expressão. E não que me sinta sempre cansada, mas tenho aspecto de quem está sempre cansada. Ou triste. Bem. Isso também não é importante. Acabo sempre por falar em mim. Oh. Sou tão égocentrica. Talvez o suicidio seja demasiado egoista. Ou faça parte de pessoas que desistem ou se odeiam. Não sei. Só não consigo parar de pensar nisso. Já fiquei tantas vezes distante de mim pelos outros e agora tudo o que me surge sou eu, tu, ou ele. Apagava-me. E deixava-vos. Não vos perseguia mais nos meus pensamentos. Deixava de pareçer tão triste ou cansada. Não pareçia mais. Não tinha mais de o ver evitar-me mais e de ouvir esta música triste sempre cá dentro a lembrar-me. . .
Se ao menos não sentisse que perdi a minha vida.
Valeu tudo apena até agora?
Ou simplesmente fui nada?
Certezas?
Apenas uma. Não pertenço aqui.
Nem nunca hei-de pertençer.
A algo que nada me diz.

domingo, agosto 20, 2006

Apaguei tudo. Não podia ler mentiras em que eu queria acreditar. Não que não pudesse algum dia achar que afinal sou suficientemente boa que até 'sirvo' para ti. Não que não achasse que poderias olhar para mim mas não consigo evitar sempre de pensar de que isso é impossivel. E isto tudo torna-se sempre impossivel. Os pensamentos controlam os actos. Todos os actos acabam em tudo menos em algo do que pensamos. Defeitos. Vejo-me repleta deles. Acabo sempre a pensar que as pessoas me julgariam por eles. De facto. Acabamos sempre a fazer isso. A fazer juizos de valor das pessoas. Existirá alguém que não julgue? E que apesar de todos os defeitos e de pequenas virtudes nos aprecie verdadeiramente. E nos aceite. Assim, só como somos. Se algum dia conseguir evitar isto, tirar-te de mim, tirar este péssimismo. E voltar a sorrir. Com um olhar expressivo que reflita esse mesmo sentimento. Não gosto no que me tornei. Distante. Sempre com um mau feitio a que as pessoas chamam personalidade forte. Na verdade, sou demasiado vulnerável e acabo por afastar-me. Ou fico agarrada a pessoas como tu. O que faz odiar-me tanto. E querer-te ainda mais. É sempre confuso. Se nunca tivesse ficado nesta situação não pensaria desta mesma maneira, continuava a não dar importância ao que sinto e não saberia o que sei hoje. Porque o tempo trouxe dor mas também sabedoria.
Olha no que nos tornámos.
No que me tornei.

sexta-feira, julho 28, 2006

Um dia qualquer

Seguia-mos em direcção ao centro da cidade, ia-mos apenas às compras. A caminho, tive ainda a oportunidade de ver de relançe o lugar. Continuava igual. Só que vazio. As portas continuavam fechadas e hoje, ao contrário dos restantes dias, não haviam lá pensamentos distantes sozinhos acompanhados de alguém já velho ou de um jovem apenas cansado do percurso. Reparei na paisagem, das outras vezes não tinha dado conta de que era digna de uma pintura de Outono quando ainda é Verão, os tons de castanho e um enorme conjunto de árvores infinitas. Dentro do carro ao som da mesma música que me acompanha agora, apercebo-me da velocidade do tempo e da lentidão do mesmo p'ra mim. Do que ele me arrancou ou do que eu fiz questão que ele me levasse. Sinto-me à deriva no tempo, sem retorno possível ao ponto de partida. Por fim chegamos ao parque de estacionamento. Saímos do carro. E subimos em direcção a uma loja de roupa. Não comprei nada. Tudo o que devia de agradar a uma jovem estava naquele local. E eu, não estava minimamente interessada. O que queria era apenas sair daquele lugar abafado. Por momentos notei que algumas daquelas pessoas se deparavam com a escolha entre uma ou outra peça e faziam disso uma importante escolha. Achei logo de seguida ridiculo. E passado poucos minutos tornei-me insuportável, pois a minha mãe insistia para que levasse algo. Finalmente, e após uma enorme quantia gasta por ela, saimos da loja. O sol fez-se sentir. Queimava-me a pele, talvez por essa razão detestava praia e tudo o que fosse feito no Verão.Caminhamos de novo em direcção ao parque, já só faltavam fazer as compras para casa. Rápidamente, e porque a minha mãe não me conseguia acompanhar o passo, se fez notar uma pequena distância entre nós. Continuei, cabisbaixa, escondendo-me atrás de largos passos através da multidão que evitava sempre. Nunca gostei de multidões, talvez medo, me faz fugir ainda mais delas. O receio de te encontrar num olhar e me reflectir nele. Tudo o que me possas dizer o que sou. E queria. Queria tanto ver-te. Ver-te sem me veres. Tenho medo da reacção que terias. A espontaneadade que algum dia fez parte de mim. Deixou-me. E agora. Imagino vezes sem conta como seria reencontrar-te. Falar-te. Não sei o que isso é. Quem sabe se as minhas pernas iriam tremer de novo e as minhas mãos ficarem ainda mais frias. E o coração que já só bombeia sangue frio. Aqueçeria. Isto seria demasiado perfeito. Desejo isto, mas contudo, não o queria planeado ou perfeito. Não consigo deixar de te pensar. E quando deixo há sempre alguma coisa que me lembra de ti. Como se estivesses no ar. ou numa palavra que é só tua. Já pensei em apagar isto tudo. Tudo o que te escrevi até a este dia de Verão. Não posso. Não consigo. Nem quero. Só pensei. Devia ser castigada por isso. Ou devia escrever tudo em papel e deitar ao mar em pequenas garrafas e depois apagar tudo daqui. Sabes. Um dia quando morrer quero ser cinzas e ser entregue ao mar. O mar assusta-me. O vento faz-me sonhar. Aí. Ia ser livre. Não ia ficar restringida a quatro paredes. E um tecto já tão branco que me cansa....

M.

quarta-feira, julho 26, 2006

Gostava de conseguir começar algo e depois acha-lo bonito, sem ter de falar de ti ou de todos os dias em que me sinto triste, apenas meia viva ou estonteada de viver em circulos perfeitos pelos quais espero um rebentar à tanto tempo. Sinto-me cansada e triste pela rotina e por me castigar por te ter deixado partir e me deixar cá dentro perdida. Fugi de toda gente por pensar que não merecia mais ser feliz. Fiquei agarrada a uma imagem tão morta e tão viva que me consome e me entristece e à qual escrevo tantas vezes. A minha mente enche-se sempre de palavras e frases que quero e não consigo escrever. Choro palavras às vezes ou tento ficar cega pra não me ver já só meia viva e a perder outra metade. Evito os espelhos. Custa tanto ser-se indiferente a nós mesmos. Como é que posso deixar tanta vida para trás? Tanto tempo? Querer viver tanto e evitar a vida. Queria ter-te aqui presente e não ter de evitar todos ou achar-me louca por ficar sempre aqui a escrever ou a pensar em algo que nos descreva. Precisava de alguém de substituição e de saber que afinal fomos alguma coisa e apenas nada. Queria sentir não dor nem felicidade. Queria sentir e não pensar que não mereço isto porque te deixei ir. Queria sentir-me apenas alegre. E conheçer não alguém que te substitua ou me tome a alma toda como tu...

M.

domingo, julho 23, 2006

Os desalmados amam demais



Se isto que faço todos os dias é viver como me dizem. Então. Digo-te com a pouca firmeza que tenho. Que o que todos os dias faço é morrer. Quem sabe se não sou imortal. Ora!! Alguem se preocupou ao menos em perguntar se queria morrer ontem ou hoje numa eternidade que se vai repetindo e me enfastia? Dia não atrás de dia não. Angustia. E imcompreensão. De um tombo só. Cair num chão. Frio. De realidade. Abstrata. Chorar porque me escapas-te totalmente. Não tenho já nenhuma imagem nitida tua. Uma lembrança fiel à minha memória. Como se me contenta-se por aquilo que [não] sou. Demasiado conformada. Ou demasiado longe dessa realidade. Desse chão frio. O que sinto afinal. É a frieza bombeada por um coração fraco. E até isso confundo com a realidade. Como se já basta-se ter-te confundido com um grande amor. Sabes? A palavra amo-te. é demasiado complexa para pessoas como eu fazerem uso dela. Uma desalmada que ama demais.

sexta-feira, julho 07, 2006

Lembranças...

Dizem que não podemos viver do passado ou que as lembranças não importam assim tanto. A verdade é que aquilo que sou é resultado de um passado fracassado. Daquilo que era. Era a que fivaca de parte. A que quase nunca tinha amigas. Era a obrigação constante de uns pais demasiado ocupados. Depois fui crescendo queria a todo custo sobressair ou simplesmente fazer-me notar entre alguém. Invejava as coisas que hoje em dia acho mais superficial nas pessoas. Invejava uma imagem. Invejava ainda mais. Os amigos que os outros tinham. E o avontade com que se expressavam. Estar ou não estar era exactamente o mesmo. O meu pai veio a tornar-se canceroso. A partir daí vieram jornadas de luta atrás de luta contra um cancro que se alimentava de todos. Viagens diárias infinitas do Porto a Braga. Nunca fiz questão de dizer que tinha um familiar doente. Na verdade sempre evitei falar disso. Era como se me obrigassem a vasculhar no maldito passado e reviver tudo de novo. E sempre que falava nisso os meus olhos dilatavam e enxiam-se de lágrimas. O cancro "adormeçeu" apesar de maligno. Veio ainda outra época. A da entrada na adolencencia. Sempre com vontade de agradar aos outros. Várias tentativas ridiculas. Não saber quem sou. Não gostar de mim. E tentar fazer com que os outros gostassem de mim? era no minimo ridicula. Consegui. Mas o sabor dessa conquista. Essa conquista em que todos somos demasiado superficiais para nos preocupar-mos em saber quais os medos ou pensamentos de alguém. A verdade é que essa conquista não me trouxe nada. Além de mais vazio. E a descoberta do que é ser notada entre alguém afinal não é algo de tão extraordinário. Ou eu não passo de mais uma que pensa que teve ou foi alguém e no final não foi nada. Isso levou-me a descobrir que não tenho de viver para agradar os outros. Ou muito menos viver em função do que os outros pensam (mesmo que esses outros sejam teus amigos). Alguém que fosse verdadeiramente teu amigo não te julgaria pelas tuas escolhas, afinal já devia saber que só queres ser feliz. Descobrir que somos nada no meio de nada ou de muito ridiculo. E que quando tento ser eu mesma. Quando tento fugir a um padrão. O verdadeiro eu assusta demasiadas pesssoas. Habituadas a tão pouca verdade. Passei a detestar toda essa superficialidade. A não dar mais importância a olhares repugnantes que não sabem sequer o que é ser. E que se acham sempre acima de mais alguém. Só por serem o que são. Cópias de alguém.
E eu? Quem sou eu? Afinal de contas acabo por ser nada. Nem menos nem mais que eles. E sim. Coloco-me em pé de igualdade com esses que eu detesto. Porque apesar de tudo. Fiquei habituada a estar muito mais abaixo de todos. E a saber que quando há um meio termo. E sabe-mos estar lá. Isso sim é tão mais digno do qualquer outra coisa.
No fim de contas somos todos nada. A diferença está entre saber ser nada e saber ser alguém.

quinta-feira, junho 29, 2006

Alfinetes no coração

Que diferença faz se rasgo a pele quando quero rasgar a alma e o coração?
Vontade de sentir alguma coisa mais que a solidão. Castigar-me por tudo o que deixei perder.
E espetar alfinetes. Num coração já cheio deles.
Preciso de eternidade.
Quebrei o meu mundo. Não quero voltar a faze-lo.

Quero ouvir outros suspiros além dos meus.
Não quero ter de te pensar sempre. Nem quero que me doas para sempre.
Tu. Tu não és um alfinete. Tu não rasgas. Apenas dóis. E fazes rasgar.
Isso, isso são tudo loucuras.
Acompanhadas por música que me entristece ainda mais.

E repete uma e outra vez. Até passarem horas. Já falta pouco.
Ainda é terça-feira. Ainda é Junho.
Ainda sou eu que fujo do tempo.

Um dia ele é que vai fugir de mim.
Ele deixa de me roubar a Vida que não tenho.
Eu roubo-lhe a eternidade.
Nesse dia. A paz vai ser minha e tua.

segunda-feira, junho 26, 2006

O meu Mundo

Vivo distante desse mundo de que fujo todos os dias, fica-me apenas a um abrir de uma janela ou alguns passos que não vou dar. Isolo-me. Sei que me tirariam a pouca paz que tenho e a angustia seria ainda maior. Procuro por alguém aqui neste quarto lastimoso, alguém que gostava de encontrar lá fora, no outro mundo, alguém que não me tirasse a paz, alguém que procure o mesmo que eu. Um sorriso inocente que só por si devolve toda a paz e serenidade procurada no que se foi.
A satisfação de receber um sorriso. A ironia de tudo isso. A minha propria inocencia em acreditar que há um lugar, uma rua, um sitio qualquer, onde haja mais gente simplesmente à procura desse sorriso. Aí sabe-mos ser. Respeitar. E reconheçer a necessidade da simplicidade do aconchego desse sorriso. Gostar de palavras. E de um toque delicado dos dedos finos na face ou por entre os cabelos macios. No silêncio um olhar revela tudo aquilo que és....
Corforta-te.


E já não sentes que precisas dessa maldita pergunta ÉS FELIZ?!.

sábado, junho 24, 2006

.

Um dia gostava de saber começar um conversa sabes? Nem sabes como me sinto frustrada por não conseguir exprimir algo dos meus sentimentos. Torna-se dificil articular as palavras e alterna-las com os sentimentos numa conversa a sério em que não se fala de roupa, peso, novelas ou de um gajo qualquer. A fútilidade e o vazio torna-se cada vez maior nos seres. Detesto isso. É maçador e torna-se de tal forma irritante ouvir tanto discernimento. Mais ainda que a dor que me toma o espiríto. Dantes dizia aquele olá. E ficava á espera que alguém continuasse a conversa. Ou ficava num silencio desmedido à espera que fizessem o mesmo. Porque nunca soube o que dizer e acreditava e continuo a acreditar que no silêncio dir-te-ia mais do que palavras descompassadas. Saber ouvir. E saber susurrar uma coisa qualquer. Mas com sentido. E poder dizer-te que lamento um segundo que perdi ontem. E que somados aos tantos outros são meses perdidos. Sei que não vou poder repetir esses dias. E sei que amanha torno a fazer o mesmo. E fico a pensar no dia de hoje. No dia que perdi ontem. Passo algum tempo a escrever. A tentar descodificar uma desalmada consumida pela dor, solidão e uma agonia que não lhe cabe mais. A perceber que quem me rodeia talvez tenha medo de descobrir que afinal eu não sou tão normal. Que não passo de uma miúda tão cheia de dor e sem perspectivas para o futuro. Que não passo de uma nada que acorda todos os dias de uma overdose que já nem tenta curar. Limito-me a ser e a escrever o que sou.

sábado, abril 22, 2006

Broken Glass


Strange vibe
circles round
Tries to comfort
buzzing sound
Form an arrow
point at us
We the target
are the one
Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
Don't fall down
Breathe the air
through the water
Form an arrow
point at us
We the target
are the one
Place your bet
on the best
The fastest horse
you can find
Drop yourself
in the grass
Breathe the air
at last
Hold on tight
Don't fall down
Breathe the air

through the water

The Gathering-Broken glass

sexta-feira, abril 07, 2006


Tenho pena ás vezes...
De que as minhas overdoses de sentimentos já só passem por desesperos de tristeza e que não haja uma unica overdose de felicidade.
Não as borboletas não pegam em armas, nem pegam mais em coisinhas brancas, a borboleta agora já sabe que pra se morrer não é preciso isso ou coisas piores. A borboleta morre quando a dita felicidade acaba ou quando já ouveram demasiadas overdoses de tristeza. A borboleta morre quando deixa de haver propósito ou fim, morre quando já não há um lugar, rumo ou direcção pra se voar.

terça-feira, março 28, 2006


Fiquei sem saber se foi mero engano.
Se foi propositado.
Só sei que foste tu.
É bom acreditar que foi intencional. Mas enfim uma porcaria de um "telefonema" não trás nada.



Ontem fui sentar-me lá perto do sitio onde acabava-mos sempre. Onde ria-mos. Onde chorei. Ontem não havia lágrimas nem sorrisos, só memórias a passar como flashes e uma vontade enorme de chorar sem chorar.
Ontem não havia lá nada, como sempre no final.

sexta-feira, março 10, 2006

Desculpa-me. Por nunca ter sabido morrer lá.

Acho que nunca ninguém sabe a altura certa.

Quando poderes, ensina-me de novo a viver, e eu juro-te em como aprendo a morrer, só pra viver de ti, nem que seja mais uma vez.

Já não te tenho todos os dias "aqui dentro" no coração, na alma, na mente.
O tempo leva-nos aos dois "daqui".

Eu não me sinto Eu, e não, não gosto nada disso, só não consigo mais mudar o que quer que seja.
Ainda sou a Borboleta, sózinha e conformada. Mesmo depois deste tempo todo.

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Ás vezes é assim,
desapareço montes de tempo, e nem dizer posso que depois de tanto tempo estou melhor ou pior.
Dou por mim, agora mesmo, a ouvir a mesma música que ouvia quando parei de escrever.
Com os mesmos tons tristes paro, com os mesmos tons tristes começo. Igual a mim mesma. Igual ao que sempre fui. Triste. Isso mesmo.
E nem dizer posso. "Olha, tenho orgulho no que sou, no que me tornei". Ninguém se orgulha disso. De ser triste.
Porque ás vezes não devia ser assim, e chateia só por isso, por ser sempre assim. Incolor.