quinta-feira, novembro 30, 2006

Coisas e coisinhas sem importância.


eu sou estranha e dispensável. não me sinto viva mas estou viva. Está frio. as mãos geladas os pés quietos. o sinal de que estou viva. a cada respiração vemos o ar que é nosso. afinal vivemos todos do mesmo ar. e respiramos uns dos outros. é tudo uma troca. dar e receber. ou esqueçer. e à falta de mãos quentes ou frias que se deiem. juntamos as mãos em forma de concha e levamos perto da boca. supramos e aqueçemo-nos connosco e com quem tenha respirado o mesmo ar que nós.

Eu quero lembrar-me que ainda quero dançar à chuva e ser feliz. Apagar não resolve mas ajuda a relembrar sempre que for preciso...

/regina spektor-somedays

segunda-feira, novembro 27, 2006

Coisas. tantas coisas.....

....e se é assim que tem de ser dito, então foda-se, diga-se, eu alimentei-me de ti, suguei-te até ao fim, dei-te o meu coração, e tu sugas-te-o todo. até ao fim. suguei-te sempre que a minha incapacidade era maior do que a vontade, duras-te um bom tempo, mais de um ano, eu aproveitei-me de ti. nunca consegui evitar de te pensar mesmo depois daquela merda de adeus em que pedimos desculpas um ao outro. mas que merda de adeus. se era adeus não se pediam desculpas. dizia-se adeus e pronto. mas tu também fizes-te questão de te alimentares de mim sem saberes e até eu acabar deves ter-te dado por feliz e em mais de um ano provavelmente so te lembras-te duas vezes que existo porque eu te dei pistas caso contrário eu sou mais pequena que uma formiga e indiferença esbanja de mim. também não sei porque estou a escrever esta merda. não tem sentido e deve vir provar mais uma vez que estou perdida. assim é que vejo na merda que me tornei. da maneira como passo dos limites. da vidinha que não tenho mas que me sufoca. e se o tempo congelasse pra ti como congelou pra mim talvez deixasses de achar tudo e todos tão normais. isto devem ser só dramas....é o prazer da escrita e a força da invenção.....e passa mais de um ano...muito mais....e tudo o que foi e não foi escrito era eu, em cada letra de cada palavra, parada no tempo, num dia, numa data, numa hora.....não me quis tornar cega amor,,,,,e sempre te quis chamar amor. que se foda então. se tu me fizes-te sempre mais do que uma coisa e me fizeste sentir eu chamo-te o quiser sabendo que não te amei mas que te devo qualquer coisa, e que se isso é a minha vida desperdiçada, então seja. tu sugas-te-me até ao fim dou por mim acabada. e sabes que mais a Marta que se foda. não passa de uma desiquilibrada que não sabe o que quer

sábado, novembro 25, 2006

Vamos dançar à chuva e ser felizes?
Sim?









Eu disse-te bem alto "gosto de andar à chuva" mas tu continuaste com a tua vida feliz, com o sorriso nos olhos e de guarda-chuva na mão.

Assim já não vamos dançar.

quarta-feira, novembro 22, 2006



Sempre que inspirares mais fundo os pulmões vão doer-te, és tu a sentir-te. Olhas para o poço. Ele engoliu-te. Vês-te lá dentro do lado de fora. Não tens luz nem uma mão a querer puxar por ti. Doiem-te os pulmões. Talvez te tenhas afogado. Sentes-te estranho e não chegas a saber. Estas cansado de pensar e sentir. Inspira de novo e não grites por ajuda. Tu foste sempre o que se pronunciou de boca fechada. Quando se está no fundo do poço a boca abre-se e a água entra. Não podes pedir ajuda nem sair daí. Esperas que o tempo te leve e quando te virem és só ossos sem pele. A alma já não grita e os olhos perderam-se lá no fundo e são confundidos com pedras. Não chegas-te a ver a luz brilhante e a sentir as retinas queimar por teres visto o sol. Foi sempre tudo no escuro. Uma vida no escuro. Estás no fundo do poço e não sabes como. Não compreendes o mundo porque nunca o chegas-te a ver. As pessoas não te maltratam nem te olham de canto ou julgam. porque nunca te viram. ninguém sabe de ti nem tu de ninguém. não tens saudades porque nunca houveram lembranças. não tens nada. e flutuas em ti. no teu nada. e sim. doem-te os pulmões. também ninguém te disse que era coração que se chamava.

terça-feira, novembro 21, 2006

Eu

Está sempre nevoeiro ou chove. Eu gosto. Não tenho de arranjar desculpas para estar em casa. Posso andar à chuva de capuz na cabeça. Encharcar-me até que me doa os ossos. E ficar com os pés como grandes pedras de gelo. Ando o ano todo de sapatilhas. Por mais que tenha tempo chego atrasada a todo lado. Ainda não descobri porquê, mas é defacto uma coisa que gosto de fazer. Ando depressa. Como se estivesse atrasada. Ainda não descobri se é para me enganar a mim ou aos outros. Não tenho ninguém à espera, nem vou a nenhum lado, mas os meus passos são rápidos e a minha expressão é a de alguém com pressa. Quando não ando "a correr" fico sentada a um canto a observar as pessoas, os movimentos, a maneira como falam. Tudo. Ou então pego no caderno e escrevo ou desenho qualquer coisa. Quando estou em casa faço o mesmo, escrevo e pinto. Penduro os meus quadros na parede e faço colagens. Fico horas a ouvir música ou a pesquisar sobre tudo. Quando é dia de lua cheia gosto de acordar cedo, muito cedo. São 05:30 e a lua está grande. Está baixa e pareçe que vai sempre crescer mais. Gosto da noite. ......Não gosto das aulas de português, porque damos Pessoa e os seus heterónimos, a gramática chateia-me. E falamos só na dor de pensar. Estou em plena aula a pensar e a querer escrever ou a querer chorar, pelo simples facto de me fazerem lembrar de tudo aqueles poemas. Sou má aluna a português porque não sei nada de gramática. Não estudo muito e mesmo assim consigo ter melhores notas que uma grande parte. Digo sempre que não mereço o que tenho porque sei que é verdade. Ultimamente saltamos no trampolim, é tão bom como andar de baloiço. Sinto-me livre e leve. Sou fútil e inútil sempre que penso em anórexia. Não incentivo ninguém e julgo toda gente que critica. Ando a tentar ficar longe dessa minha realidade que é a minha mente anorexica, a loucura que é pensar em calorias e quantidades de comida. Ás vezes acho que ando a tentar curar-me. Sempre que me ouviram falar em anórexia disseram que me mandavam para um psicólogo. Sim. os psicologos agora são os salvadores dos fracos e oprimidos. o ultimo que consultei foi para descobrir a area que devia seguir. Não fui para artes, nem para humanidades. Entrei em Economia. Perdi um ano e só depois fui para humanidades. Além do ano perdido, perdi os amigos. Descobri palavras e gente especial. Coisa que mais outro ano não tarda-se a roubar-me. Sou a miuda das andanças. Conheço muita gente e não sou amiga de ninguém. Sou a tipica pessoa dispensável. Sou orgulhosa. E também sou a coisinha mais introvertida que pode existir. A minha auto-estima está no chão e eu em cima dela. Provávelmente a imagem que tenho de mim não é a mesma que a vossa. Acho-me sempre inferior. e critico tudo aquilo de que as "massas" são adeptas. Sou uma desencaixada. E desocupada também. há quem diga que tenho de crescer e arranjar amigos. Apeteçe-me rir quando penso nisso. Não é coisa que não queira é mais coisa que não me sinta capaz de fazer. Pareço um bixinho. Ou o monstrinho. Não se aproximem ou mordo. Porque não gosto, mas afasto-me de toda gente. Eu sou a miuda viajante dos pensamentos, o que faz de mim distante.......

segunda-feira, novembro 20, 2006

Eu não tinha perspectivas para o futuro. Se algum dia houveram planos já não me lembro. Mesmo assim eu esperava sempre um amanhã sem grandes esperanças de que o dia fosse melhor, mas eu esperava. às vezes pensava em suicidio e pensava em queimar o tempo rápidamente pra deixar de pensar e assim no dia seguinte eu tinha só pensado em loucuras. Nunca me esforçei por nada. Penso sempre demais. E a cabeça explode. Durmo. E já é o amanhã. É hoje. Eu não mereço o dia. Eu não mereço nada. Sou uma fraca. Não luto pela vida. Eu só a observo. E aqui entre quatro paredes nada tem movimento. Nem eu. Que fico deitada na cama a olhar para o tecto e a chorar. Não tinha grandes esperanças mas esperava sempre um amanhã, nem que fosse para queimá-lo. Sinto-me incapaz. Deslocada. Estou aqui à tanto tempo. Só me vejo, oiço e cheiro a mim. Sinto-me miserável. Não penso num amanhã com esperança Oh meu deus eu sou vazia. Eu falo d'um deus e nunca acreditei em nenhum. Se eles existissem eu era alguma coisa E eu não sou nada. e já nem me é tão duro saber isso. O coração secou e os movimentos paralisaram. eu sou uma pequena coisa que chora quando adormeçe e acorda com vontade de chorar. eu gastei as palavras. gastei as tintas e já não pinto. eu não era nada mas sentia-me alguma coisa. a coisa pequena que sou. agora cheguei ao fundo e está escuro e sinto-me nada. dantes tinha estrelas, já tinha dito não tinha? Estavam coladas no tecto e brilhavam, outras vezes desciam, tocavam-me e entravam-me pelos olhos e eu tinha cor. Agora por mais que me estique, por mais que me esforçe só vejo escuro. nem sei. mas isso deixa-me triste e com vontade de chorar. e choro porque os olhos deixam cair lágrimas sem eu as conseguir conter.........perdi-me e tenho medo.

A Marta gastou tudo o que tinha. Esqueçeu-se que a vida é longa. Doi-lhe o coração, está cansada e esqueçida. E decepcionada. E também está gasta como as palavras dela. A vida da Marta está como se estivesse no fim sem cura nem remédio. A Marta não tem vida. A Marta é uma coisa miserável sem nada e é nada também.

/fiona apple - never is a promise

sexta-feira, novembro 17, 2006

Mãos frias

Mãos frias. Frias. Frias. Tenho as mãos frias. Estou molhada dos pés à cabeça. E tenho as mãos frias. O resto não interessa. O resto eu quis. Eu quis andar à chuva. Não quero as mãos frias. Nem a boca roxa. Estou pálida. Pareço doente. As doenças arruinaram sempre tudo. Pelo menos aqui. Havia alturas em que ele pedia morfina. Doia-lhe. Ele tomava. E doia na mesma. Só que menos. Agora quero morfina. Também me doi. Eu quero. Mas não posso. Isso é só para doentes a sério. Sabem? E eu não sou uma doente a sério. Não daquelas que vai morrer porque o senhor doutor diz que já não dá mais, então dura uma semana. E morre. Até porque eles mentem às vezes. E podem passar anos. E passam. E ele está bem e sem morfina. Já não doi. Doi-me a mim. E fico com as mãos mais frias sempre que penso nisso. Não tento ser sarcástica nem irónica. Fico mais pessoa. A lembrar do que passou. E eu ando à chuva sempre que posso. Pra ficar doente a sério. Assim não me dão morfina, mas lembram-se que eu existo. Olá. eu existo. olá. tenho as mãos frias e o coração seco mas existo. Quero mãos quentes. E um céu novo. Com cor se possivel. E se poder ser responde-me ao olá porque me cansa continuar a falar sózinha. Falas pra mim menino grande de calças vermelhas? Eu sou pequena e preciso. Eu gosto das tuas cores. E às vezes penso se sou eu que te olho muitas vezes ou se és tu que me olhas. Fica dificil. Vejo-te tantas vezes e às tantas estás aqui ao meu lado sem eu te ver. Nunca dizes olá mesmo. Eu também não te digo por isso deixa lá. Tu olhas-me e eu olho-te. já é um olá não é? Se não é podia ser. Assim tu eras a pessoa que mais olás me dava. E era bom acreditar nisso e isso ser verdade.





Eu não quero gostar de ti. Não quero. Nunca mais gostar sequer. Depois vem a puta da felicidade e a merda da tristeza que nunca tive. E depois há aqueles filhos da puta que são felizes e fazem questão de dizer que não. Hmm. Eu calada estava bem. Mas eles ainda mais. Sim, porque eu mereço tristeza. Nós merecemos. Não é? Nós é que somos os filhos da puta que não prestam e que nunca fizeram ponta de corno e sábe-se lá a merda da razão mas somos sempre nós. Os restantes que se digam com sorte, caso contrário morram todos. Não sabem a porra que é suplicar uma merda d'um olá ou uma merda de um sorriso. Não sabem a tristeza que é pensar no tempo perdido. Mas eu como não presto e mereço vou mas é estar calada. Porque "olá eu sou uma merda de pessoa. Sou uma cabra mal educada. E mando-me foder tantas vezes quanto a vocês". Mastiguem-me. Porque eu não sei as merdas que escrevo. Mas quero e posso. E por isso escrevo.


terça-feira, novembro 14, 2006

A cabeça vai rebentar. Quero levar-me ao ponto de exaustão em que o cansaso me faz chorar. Doi-me a cabeça porra. Quase não durmo. Quase só oiço o senhor Molko o dia todo. Uns fodem a cabeça aos outros, eu fodo a minha. Eu estrago-me. Puta de adolescencia. Estou podre. Podre e cada vez mais obcecada com merdas que nem ao diabo lembra. Digo foda-se sempre que posso. Digo e escrevo. Mal educada não? Quando se está cansado não se pensa. Não penso. Choro. Eu quero mesmo dar cabo de mim. Atirar-me contra as paredes. Para o meio da estrado. Abaixo da ponte. Para o fundo do poço. Ironias. Já me sinto na estrada, debaixo da ponte, no fundo do poço. E ele ainda me canta que eu é que sou a verdade e não ele. Ele é que é a verdade. Ele é o perfeito. Ele sente e sabe. Foda-se. Eu podia amá-lo. Mas penso demais p'ra amar alguém. E aí só o senhor Pessoa tem razão. Ele sabe tudo também. Tudo e mais alguma coisa. É bonito ver que nunca vamos pertencer aqui. Nasci por nascer. Tanta gentinha a precisar de vida e eu aqui a desperdiçar. Sorte a minha. Que fico a desejar conheçer um monte de gente. Somos sempre tão diferetes. Porra e porra. Também somos iguais. Mas isso nunca chega. Da proxima que te olhar manda-me foder. Eu cansava-me se me olhassem assim como te olho, como te vejo. Se quiseres fala-me. Sábe-se lá, eu só preciso de alguém. Era provável que te pergunta-se uma merda do género, de forma ingénua, queres ser meu amigo? É que eu não sou ninguém. E ninguém é amigo de ninguém, por isso já sabes a tua resposta. É não, não é?

domingo, novembro 12, 2006

Qualquer coisa



Olá Marta!! Olá.
Porquê que continuas a falar sózinha Marta? Porque sim.
Os débeis mentais fazem isso. Eu ainda continuo a ser uma atrofiada.
É domingo Marta. É domingo e acordas às 6 da manhã. É domingo e quebras a promessa.
É domingo e eu já devia de ter parado de escrever. Eu prometi. Eu nunca cumpro nada mesmo, pois não? Acho que é porque sempre fizeram o mesmo comigo. Não me sinto amada. Nem amo ninguém. Isso é mau? É pois. Ou não. Deviamos morrer sempre no auge da felicidade. Isso é morrer feliz. E se nunca amei nem fui amada, não pude morrer feliz. há sempre aquelas vezes em que ficamos com alguém por ficar. Tenho nojo de mim. Eu prometi que nunca mais ficava por ficar. Nunca mais. Os corpos dão-se. E as mãos unem-se. E estamos só por estar. Tenho nojo de mim e da outra pessoa. Eu sou vazia. E dava-me assim. A qualquer um. Pensava que o sentimento mudava. E que sim, um dia ia ama-lo. E ele a mim também. Mas eramos só corpos. Corpos nojentos. E já nem o desejava. Mas deixava-me ficar. Eu não presto. Nessa altura era um nojo. Depois deixei de me dar a qualquer um. E conheçi-o. Só dáva-mos as mãos. Não haviam compromissos. E os abraços chegavam. E os passeios chegavam. Ou pelo menos deviam ter chegado. Depois ele quis dar-me o nome dele e eu recusei. Chegaram os intrometidos. Aqueles porcos sem vida propria e sem nome. Estragam sempre tudo. Os intrometidos. E a culpa continua a ser minha. Porque me deixei ficar antes de saber que as mão dadas e os abraços chegavam. E não quis o nome dele. Porque ainda não sabia o meu. E quando sei o meu não tenho o dele.

/placebo - leni

quinta-feira, novembro 09, 2006

Putas. Drogados. Vagabundos. Vádios. Desencontrados. Desentendidos. Desamparados..... Tantos tipos. Tão pouco espaço para tantos. Não sei de onde vim. Nem de onde sou. Sou uma peça às vezes. Porque me julgam assim. Porque julgam poder pegar-me e levar-me e pousar aqui ou ali. E a menina é perfeita em qualquer lado sempre que se deixa levar por alguém. E pra sair daqui pra sitios desses então escolho ficar aqui. E são putas, e drogados e vagabundos e vádios. São da rua. E são os desencontrados, e os desentendidos e os desamparados. Temos em comum uma coisa. Fomos alguma coisa na vida. Se não o fomos podiamos ter sido. Somos os fracos. Os que se deixam ficar. Não somos nada na vida. Não duramos muito na vida. Mais cedo ou mais tarde vamos morrer de overdose, suicidio, desidratação.... Mais cedo ou mais tarde desistimos a meio. Eramos jovens e tristes. Sentimos demais, PORRA, DEMAIS a juventude, choramos porque nos doi. Choro porque me doi ser qualquer coisa desencontrada em mim. E desamparada. E cheia de sentimentos. E podia quase pareçer que se escolhe entre sentir ou viver. E Sentir é morrer.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Estava a gritar no meio da estrada. Tinha sido atropelada. Estava a olhar em volta. à espera da ajuda de alguém. Vi-me. Ali sentada no passeio a sorrir-me. Sorrir para mim. Atirei-me. E fica a ideia de que o condutor fugiu. Ele sabia que podia ir. Que ninguém precisa de saber. E quem imaginar o que quer que seja. Eu tinha sido só atropelada. E vi-me a gritar e a sorrir. Estava sózinha. Sem ajuda. E isso fez-me rir. E só o facto de me achar doentia me faz chorar. E o pánico do que escrevo quando escrevo. Podia ser melhor tantas vezes. Queria ser tanto sem ser sózinha........................................................................
Adormeçer. Sonhar. E morrer. Eu gostava que fosse assim um dia comigo. Sem doer.

terça-feira, novembro 07, 2006

Eu pensava que sim. Achei que não. Convenci-me disso. Não e não. Afinal só pensava. Se sim ou se não não interessa. Já [me] queimei, já [me] cortei, já [me] perdi [no] tempo. Eu exigo demais. Eu prendo-me a pessoas especiais. E ás vezes tristes como eu. Eu fixo sempre e sempre alguém no meio da multidão. E depois fixo sempre essa mesma pessoa sem razão nenhuma. E quero falar-lhe. E nunca se sabe se me vão olhar daquela maneira como quem me diz "vai-te foder". Há gente assim. Eu não sou assim. Eu fico a olhar e a pensar no que eu e alguem podemos ser juntos. E digo-me que sou uma gaja paranoica e muito esquisita. Alguem pensa nisto? Assim? Olho a suplicar por uma palavra, um gesto. E quase pareço triste em frente a alguém. Quase. Mas nunca me deixo ser. E olhas-me e vais-me ver quase forte. Quase normal. E tu até vais achar que sim, que gostas-te de mim. Mas eu não. Eu vou continuar a não gostar de mim por não te mostrar quem sou. É nessas alturas que não devia pensar, imaginar sequer. Devia vomitar. Vomitar o coração e tudo o que resta de mim. Fico louca por continuar cá dentro a dizer que não presto. Cansam-me os monologos.
Coisa mais sem sentido este post.

sábado, novembro 04, 2006

Repete. Repete. De novo. Repete. Ficaram-me aqui depois de ditas. Nem deviam de ser nada. Nada nada. E depois Repete de outra maneira com a mesma intesidade. Porquê que me dizes sempre isso? Sou assim tão insuportável. Irritante que me tens sempre de dizer essas coisas? Olá mamã!! Desculpa! Mãe. Eu nunca fui a menina da mamã. Só a menina da mãe. Sentia-me intimidada se alguma vez me passasse pela cabeça chamar-lhe mamã. Agora é foleiro pois claro já passei da idade. Dantes ficava constrangida. E agora. E agora?? Agora sou uma aberração para a mamã. Eu não me visto como a mamã gostaria que eu me vestisse. Eu respondo a tudo. A mamã acha-me mal educada às vezes. A mamã só não me conheçe. Acha-me normal demais. Ou sei lá. A mamã nunca me vê triste. Ela nunca sabe mesmo de nada. Eu oiço música má, muito má. Que segundo ela faz mal à cabeça. Eu odeio religião. E depois blá, blá BLÁ. sobre religião. e a culpa de eu não acreditar em nada disso já é da música e das companhias. Que companhias? A menina deixou de ter amigos. E só a mamã não percebeu. A mamã só percebe de criticar as imperfeições da menina. E eu sou mesmo má. Pois sou. Não presto e ponto final. Fodam-se as mamãs assim. qual mamã? é só mãe, menina. O resto é confiança a mais.

quarta-feira, novembro 01, 2006

Doente

Olha-me. Vazia. Sózinha. Inútil.
Sinto-me mal porque te pensei e choro, choro sózinha. Estou cansada. Sinto-me uma inútil. Pensei se pensas em mim. Sinto-me doente mentalmente e hoje a precisar de ajuda porque nos outros dias me esqueçi de me lembrar de ti. Olha-me aqui a escrever e a chorar. A achar que abuso das palavras e que por isso as devo deixar. A ouvir esta senhora que me canta as músicas mais bonitas que podia ouvir. A vê-las chorarem por dentro e a esconderem-se da verdades das palavras. A vê-las outravez fracassar e voltarem para a Ana e agora para a Mia. E elas arruinam a vida. E eu arruino a vida. E o que sei fazer é observar. Observar a vida cair. Nunca vamos ser felizes. Elas sabem disso. Mas acreditam sempre que cada quilo é uma grama de felicidade. E sorriem ao olhar para a balança. Ou choram. Olha-me. Vê-me. Que vida. inútil inútil.
Dois-me. não te quero para isso. Quero ter uma vida. ou ter a metade que me falta. se é que ainda é metade.

E já não sei de mais nada.


/Regina Spektor-Summer in the city