domingo, outubro 22, 2006

18

18. hoje o 18 cabe em mim. Cheguei ao 18 sem o mereçer. eu nem devia existir. hoje muito menos.
Apodreçi. Não. não cheguei a amadurecer ou a passar por todo aquele processo de crescimento. unica e simplesmente nasci e apodreçi. e já nem sei se sei mais sentir. neste tempo todo acreditei que os sorrisos
e as palavras estavam aqui perdidos. devo pedir desculpas por acreditar ingénuamente nisso como uma criança e sorrir descaradamente sem sentir. mentirosa. mentirosa. a vida é feita de mentiras e inútilidades e de vazios no coração. e de suspiros. cansada da vida.
Desaprendi a viver. Então eu desvivo. vou-me matando naquilo que fui porque é só isso que tenho. recordações velhas e sem sentido.
Porquê que começei isto, começo no número um. acabo no 18. Acham-me perfeita. a menina com cara triste mas perfeita. eu sorrio sempre no momento exacto. passo despercebida.existo para os momentos precisos. e só. Podia no 1 ter ouvido gritos de uma mãe que perde um filho. isso ia poupar-lhe toda uma vida. e não ia ficar a ver-me apodreçer a olhos vistos e a cair em lágrimas.
eu só desejava não ter nascido. não para me tornar no que sou.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Nunca cheguei a dizer que te amava porque não, não te amo. nunca mais te encontrei num sorriso. e tudo o que escrevi fosse pelo que fosse era para me lembrar de ti, de que um dia te gostei e não te amei. mas precisei de tanto tempo. de tanto silêncio nas palavras. de tantos pianos cá dentro a chorar e a fazer do meu quarto o meu barco no meu mar que pensava ser nosso. precisei de tanto tempo. de tanto silêncio. ainda preciso. mas hoje sei. caminho para o dia em que nasci com vontade partir. descançar no mar ou no céu. ou lá pra onde se vai. e sinto que não posso ir. que tenho de parar de gritar. de cair. de me erguer e viver. mas hoje também sei que já não sei nada disso. achei que sabia demasiado em determinado momento. apaguei tudo o que as palavras me diziam. achei que elas se calavam e quando isso aconteceu eu parei de gritar e sentias espetarem-se na pele e entranharem-se em mim e ficarem em todas as cicatrizes que já eram tuas e se tornaram mais tuas sem tu as mereçeres.

A Marta só queria ir embora daqui. e isso devia ser tão fácil. mas doi sempre tanto. só de pensar. só de tentar. às vezes a Marta acha que quer isso. às vezes a Marta acha que não quer isso. às vezes a Marta acha tanta coisa. e outras vezes devia fazer o que faz sempre. amuar e ficar num canto a pensar. a chorar. a Marta às vezes tem pena dela. e acha isso triste demais que acha que nem o devia dizer.

terça-feira, outubro 17, 2006

Sabem, eu vivo aqui, dentro do meu coração sem sonhos nem sentimentos. E mesmo assim consigo ter os olhos manchados de vermelho sem lá ter lágrimas. E aqui dentro acabo por viver de memórias ou fazer de conta que me lembro e que houveram coisas bonitas. E quando durmo, às vezes ainda o vejo, como hoje, e quase pareçe verdade o que não foi, e que as desculpas se pediram e que os dias recuaram ao dia em que tudo se perdeu e tudo começou de novo outravez e o dia de hoje não existia mais. E depois. Acorda-se. E dá-se a queda.
Podesse eu chamar a isso sonhar. Não se sonha quando a nossa casa quebrou e a nossa casa é o nosso coração. Quando estamos sózinhos só com lembranças de mentira. Ou coisa alguma.


A Marta devia ler mais e escrever menos. A Marta vai fazer isso pra não ter mais de se esconder atrás das suas palavras porque a dos outros chegam sempre.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Gatilho

Acabo por deixar que a tristeza me satisfaça. A supor que sem ela ou com ela o meu fim seria o mesmo. A fazer de conta que vivo. Só porque sim. Sorrir. Esforçar ao máximo todos os sorrisos e olhar e gritar. Um pedido de ajuda que se arrasta pelos olhares de pavor. Receiam-me. Ignoram-me. Morro. Morro devagarinho. Canso-me da tristeza. Canso-me de pensar em todas as vezes em que quase vivi ou sorri. Choro e grito de novo só porque sim. Quase podia achar que afinal a senhora das palavras bonitas nos mentiu. E que afinal aquele lugar não existe. Nem as mãos se deram. Porque nunca se morre de mão dada. E as pessoas tristes acabam sempre desencontradas. Separadas por um gatilho.

M.

terça-feira, outubro 10, 2006

Partida

Ardem-me cá dentro todas essas palavras desmerecidas que são agora deles. E somos assim. E passamos o tempo todo a queimar tudo o que temos e a perguntar porquê nós? Temos frio, muito frio. Temos fendas, muitas fendas. Não sabiamos. E tinhamos cá dentro palavras que nos ardem, que nos queimam. Que se perdem. E eles vão. Dizem sempre que vão viver. Que se vão juntar à multidão. E desse lado nos observam naquilo que eram. Sempre postos num canto, de livre vontade, como livros empilhados esqueçidos. Sublinhados no pior que temos. Esqueçidos no que melhor tinhamos. Cabisbaixos. Melancólicos. Mas com estrelas que nos entram pelos olhos a dentro e nos fazem brilhar por dentro. Mas eles nunca querem ver. Eles não gostam de estrelas. E às vezes sabemos que não vivemos mas vivemos. E que às vezes temos de ir viver. Porque fazemos parte do mundo. Que nos ignora e magoa. Mas fazemos parte dele. E um dia somos fracos. Mas fracos no meio da multidão. E levamos estrelas connosco. E ainda sabemos quem as tem. E quem somos. E aqui no canto já não gritamos porque o nosso amor morreu.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Já nada pode ser estranho quando tudo se torna rotina. Nada é nosso eternamente. O amor claro muito menos. Ainda mais hoje. Já ninguém se preocupa muito em estar e ser com alguém realmente de verdade. "Hoje não dá. Amanhã secalhar, quem sabe." Amanhã. E amanhã. E depois. Depois já perdemos a vontade e somos nós a adiar para outro dia. "Apareço no msn ou ligo-te para te compensar e ainda te mando um sms de boa noite." Pois sim. Alguém se contenta com isso? Com relações tão virtuais. Ora. Isto agora é assim. Vejo-me a discordar com tudo isto. Não sei se o devo dizer, mas, gostava de ter vivido num momento em que não existiram telemóveis, computador e todas esta tecnologias que nos facilitam a vida e nos estragam o espirito. E se é só o meu que mo estragam[ram] então talvez me deie por satisfeita. "Corre corre vamos chegar tarde." Sempre o maldito do tempo. Claro que hoje os jovens andam sempre muito atarefados (como se fosse enganar alguém a dizer isto) e tempo defacto é o que mais lhes falta[gargalhada]. Ou não dirias tu. E dirias ainda mais que dormir é uma perda de tempo por isso temos que fazer com que o dia seja ocupado mas a noite também. Eu como jovem estudante mas também trabalhadora ocupo o tempo , e depois daquela ironia de à pouco e da gargalhada está claro que disse uma mentira e das grandes. Pois ou eu ando um pouco à frente ou ando muito atrás. Não cheguei ao vicio das roupas, dos morangos, das longas saidas em que gasto o dinheiro que concerteza seria mais util para outra coisa. "Anormal." Digo-vos eu de seguida. "Vazios." Vazios pois, não lêem um livro que seja a unica coisa de que sabem falar é de roupinhas e programas televisivos que são no minimo sem conteudo tal como o resto da televisão portuguesa que é também uma piada, escrever, ora, eu não sou defacto a melhor para criticar tal coisa pois dou bastantes erros, mas vamos lá ver que ainda vou sabendo algumas coisitas e sei o lugar dos C's em vez dos K's e afins. Quanto às saidas. Chegamos a segunda. "Foi demais". Sim, deve mesmo ter sido, faltando a parte de admitir que foram porque fica bem e que por acaso nem acharam muita piada mas tinham de ir na mesma até porque os teus pais não ganham tanto como os meus mas como tu vais eu vou porque senão fico em desvantagem. Damn. Eu vejo isto deste modo. E em convivio indirecto posso afirmar que as coisas se passam assim muitas das vezes e na maioria dos casos. Pois estas pessoas [jovens atarefados] continuam a achar ter muito na cabeça grande mas diminuida ao mesmo tempo. Enfim hoje deu-me para as criticas. Resolvi deixar um pouco de lado os dramas. E sim, continuo a ser uma anormal, ainda faço os meus dramas só resolvi pensar mais no assunto e não escrever no momento dramático mas sim depois dele passado. Concluindo. Eu já fui assim, não viciada em televisão, mas em computador, não em telémovel, mas dado que vivemos todos em sociedade e se convivo com alguém algum dia ia ter de "desfrutar" do uso do telémóvel. Deixei de lado o telémóvel, apesar de o usar para fazer umas chamadas de vez enquando (não sendo uma telémóveldependente), deixei o computador apesar de fazer uso dele para ler blogs e postar nos meus. Em relação ao msn. É provávelmente a maior porcaria inventada neste mundinho virtual. Estraga relações. Inventa-as mas não as constroi porque no final foi tudo virtual e quando é chegado o momento do cara a cara lá se foi a coragem e cá estamos nós desconheçidos, estranhos. Isto faz do "amor" actual estranho. São tantos que o vivem assim. E a mim o que mais me estranha é que fui assim, cansei-me, nunca é a mesma coisa. Acabaram os amigos virtuais e com isso acabaram as conversas que ia-mos tendo porque quase nunca nos viamos. E não me venham com tretas de que se lembram das conversas que tinham virtualmente. Elas não são doces nem amargas. Não sabem a nada. E o depois. São todas as recordações fisícas. Cada dar de mãos, cada olhar, cada beijo. Amargo ou não. É real. O que me faz sorrir. Sorrir por já não achar graça a palavras sem expressão coladas num ercã.
E por hoje é só. Acabou por ser um enorme texto mas não grande coisa. É o meu lado critico. Além do mais é sempre bom escapar à rotina mesmo que seja uma rotina da escrita.

sexta-feira, outubro 06, 2006

Vi-me retratada nela. Sentia triste e só. Como é que pude deixar passar e não lhe falar. Ela precisava de uma palavra. Ou de um sorriso. De todos os sorrisos que tinha de partilhar sem nunca nenhum ser dela. Ela só precisava disso. Eu só precisava disso. E de hoje não me sentir tão morta. Doente. E deixar de sentir lágrimas. Não conseguir deixar de sentir. Lembrar.Não conseguir tirar os pianos e as lágrimas. Tristes. Tristes. Fico a olhar para uma parede. Ou a desviar o olhar pra que não vejam que quero chorar. Pareço chorar por tudo o que deixei. Eu era pequena. E era assim como ela. Hoje sinto-me assim. Como era e ainda sou. Nesse tempo não tive ninguém que olhasse pra mim e me visse perdida. Porra é preciso perder-mo-nos pra sabermos que alguém pode vir a ser assim? É?
Estou apática e chorosa. Inconsolável. Não sei porque escrevo agora. Não sei porque choro agora. Nunca sei. Ele acabava por ser sempre uma desculpa para todas as lágrimas. Mas hoje não choro por ele. Não sei pelo que choro. Doi tanto. Mais que das outras vezes.....
inútil. eu sou isso. inutil. sózinha. e tanta coisa. preciso de ajuda por já não saber mais mudar.........

quarta-feira, outubro 04, 2006

Desigualdades

Que se fodam a injustiça, a dualidade de critérios, as preferências, o dinheiro, os conheçidos, a puta da escola e toda aquela gente. Igualdade? Isso é? Não é. Pra mim não é. Quando não se têm demasiados conheçidos ou lá a porra, é assim. E ninguém pede para ser excessão apenas para ser igual ao outros. E quando os outros são excessão nós também o deviamos ser porque isso seria ser igual.
Merda pra isto. Pra este post.
Foda-se a vida.