quinta-feira, junho 29, 2006

Alfinetes no coração

Que diferença faz se rasgo a pele quando quero rasgar a alma e o coração?
Vontade de sentir alguma coisa mais que a solidão. Castigar-me por tudo o que deixei perder.
E espetar alfinetes. Num coração já cheio deles.
Preciso de eternidade.
Quebrei o meu mundo. Não quero voltar a faze-lo.

Quero ouvir outros suspiros além dos meus.
Não quero ter de te pensar sempre. Nem quero que me doas para sempre.
Tu. Tu não és um alfinete. Tu não rasgas. Apenas dóis. E fazes rasgar.
Isso, isso são tudo loucuras.
Acompanhadas por música que me entristece ainda mais.

E repete uma e outra vez. Até passarem horas. Já falta pouco.
Ainda é terça-feira. Ainda é Junho.
Ainda sou eu que fujo do tempo.

Um dia ele é que vai fugir de mim.
Ele deixa de me roubar a Vida que não tenho.
Eu roubo-lhe a eternidade.
Nesse dia. A paz vai ser minha e tua.

segunda-feira, junho 26, 2006

O meu Mundo

Vivo distante desse mundo de que fujo todos os dias, fica-me apenas a um abrir de uma janela ou alguns passos que não vou dar. Isolo-me. Sei que me tirariam a pouca paz que tenho e a angustia seria ainda maior. Procuro por alguém aqui neste quarto lastimoso, alguém que gostava de encontrar lá fora, no outro mundo, alguém que não me tirasse a paz, alguém que procure o mesmo que eu. Um sorriso inocente que só por si devolve toda a paz e serenidade procurada no que se foi.
A satisfação de receber um sorriso. A ironia de tudo isso. A minha propria inocencia em acreditar que há um lugar, uma rua, um sitio qualquer, onde haja mais gente simplesmente à procura desse sorriso. Aí sabe-mos ser. Respeitar. E reconheçer a necessidade da simplicidade do aconchego desse sorriso. Gostar de palavras. E de um toque delicado dos dedos finos na face ou por entre os cabelos macios. No silêncio um olhar revela tudo aquilo que és....
Corforta-te.


E já não sentes que precisas dessa maldita pergunta ÉS FELIZ?!.

sábado, junho 24, 2006

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Um dia gostava de saber começar um conversa sabes? Nem sabes como me sinto frustrada por não conseguir exprimir algo dos meus sentimentos. Torna-se dificil articular as palavras e alterna-las com os sentimentos numa conversa a sério em que não se fala de roupa, peso, novelas ou de um gajo qualquer. A fútilidade e o vazio torna-se cada vez maior nos seres. Detesto isso. É maçador e torna-se de tal forma irritante ouvir tanto discernimento. Mais ainda que a dor que me toma o espiríto. Dantes dizia aquele olá. E ficava á espera que alguém continuasse a conversa. Ou ficava num silencio desmedido à espera que fizessem o mesmo. Porque nunca soube o que dizer e acreditava e continuo a acreditar que no silêncio dir-te-ia mais do que palavras descompassadas. Saber ouvir. E saber susurrar uma coisa qualquer. Mas com sentido. E poder dizer-te que lamento um segundo que perdi ontem. E que somados aos tantos outros são meses perdidos. Sei que não vou poder repetir esses dias. E sei que amanha torno a fazer o mesmo. E fico a pensar no dia de hoje. No dia que perdi ontem. Passo algum tempo a escrever. A tentar descodificar uma desalmada consumida pela dor, solidão e uma agonia que não lhe cabe mais. A perceber que quem me rodeia talvez tenha medo de descobrir que afinal eu não sou tão normal. Que não passo de uma miúda tão cheia de dor e sem perspectivas para o futuro. Que não passo de uma nada que acorda todos os dias de uma overdose que já nem tenta curar. Limito-me a ser e a escrever o que sou.