domingo, novembro 27, 2005

Invento. Invento-te. Invento-me.


Já não invento memórias. Já não te invento mais neste silencio que me cansa demais. Que me rasga o coração vazio ou cheio demais por ti.
Já não te invento. Invento-me a mim.

Não queria ter de inventar, sabes?
Como das outras vezes, em que tudo não era perfeito e eu inventava como se fosse.
Como se alguma vêz viesse a ser.

Ah, maldita esperança.
Maldito acreditar.

Maldita vida que não tento mais viver.

domingo, novembro 20, 2005

Esperança?
Muita? Pouca? Nenhuma?

Que importa?

Eu importo?
Népia, nunca.

Tu importas?
Sim, muito.

Quero-te?
Oh que pergunta, claro que quero.

Achas que tenho medo de te perder e que a coisa mais estupida é estar a escrever estes monólogos intermináveis que não me saiem da cabeça?
Claro que sim.
Nem preciso de ter medo de te perder.
Já te perdi.

Achas que tenho medo de te esqueçer ou de tu te esqueçeres de mim?
Sim, tenho, como tenho tanta certeza que já nem te lembras de mim.

E fico feliz por saber isso?
Muito (pouco).

Já nem sou a tua Borboleta....ah nunca fui, mas deixa lá, eu penso sempre como se tivesse sito.

Ah Marta, para mas é de escrever estas merdas.
Ficas sózinha todos e todos os dias, já nem fazes por mudar isso, como se quisesses ficar sempre assim, INFELIZ.
-E quero, sem ninguém não se é nada, nem ninguém.
Que importa?
A quem importa?
A nada nem ninguém, deixa-me lá saltar e sorrir como se fosse feliz a sério, e mentir descaradamente a todos com esta felicidade de mentira. Afinal, não lhes interessa se estou feliz ou infeliz.
A quem importa. Nem eu me importo.

sábado, novembro 19, 2005

Ardem-me os olhos.

Hmm, que desculpa não é?
Tão má como a ultima palavra que te disse da ultima vez que falamos.

Desculpa...e é só.

Não devia ser essa a palavra, podia ao menos ter sido um obrigada.

Um obrigada e um desculpa.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Tão longe do que já fui

Porra.

Olha pra mim.

Já viste no que me tornei?

Nem os pequenos estilhaços que sobraram desse bocado de espelho quebrado que fui se refletem (de) em mim.

Logo eu, que tinha o vicio de dizer que não podemos ser fracos. Isso era só fachada. Porra eu só sou fachada.

Tornei-me numa ausencia de ti. Naquilo que eu mais dizia que não se podia ser, tornei-me numa fraca e sentimentalista.

É que fico longe demais daquilo que fui.



*O teu coração cabe aqui, dentro do meu, na palma das minhas mãos*

quarta-feira, novembro 09, 2005

'E tenho raiva de mim. Tanta que me ponho a ter raiva dele para sobreviver.

Quis que te esquecesses de mim. Eu sei que não foi bem assim, mas foi assim que o senti quando o telefone deixou de tocar, quando essa voz que fui se tornou coreografada.'

Porra, aquilo que eu já fui de ti. Pra ser agora uma mera existencia de pessoa.

Podias ter apagado uma estrela de cada vez, porquê que me levas o céu todo?
Achas que assim dá?
Deixas-me aqui sózinha, e nunca mais vens.
Tinhas de ir caçar outra borboleta de asas coloridas, era por as minhas serem a preto e branco?

quarta-feira, novembro 02, 2005

Porque o tempo não espera mais por mim.
E eu fico parada, à espera que ele se lembre que eu fiquei por aqui.
E me venha buscar.
Só que ele já não volta, nem com fotografias, nem com textos bonitos, só com memórias distorcidas.

Porquê que passas e o levas contigo?

Como se me pudesse agarrar a um momento e parar ali, para sempre, e não esqueçer o toque, o cheiro que há em ti, mas a verdade é que esqueço tão fácilmente o passado e tenho medo de um dia não lembrar mais de ti.
Passou este tempo, e sinto que todos os dias perco um bocado dos teus sorrisos, um bocado dos meus, um bocado daquela felicidade que existiu.
Podia ter-te dito Gosto de Ti.
Sabes, é que me fazes falta.
Lamento ter-te deixado fugir.

terça-feira, novembro 01, 2005

Nunca mais se desapareçe, porque passamos a vida num faz de conta à espera de se "ir" verdadeiramente, quando sabemos que já fomos tanto tempo antes.
É desapareçer, mas continuar cá.

Fiz o piercing, e nem por isso fiquei feliz, é só um piercing, só isso. Mais nada.

Posso até ter pensado em todas as prendas possiveis, e nenhuma delas era o que eu realmente queria. Talvez porque o que eu quero não se compra, nem já não se conquista, apenas se vê.
E quando se vê, não se toca nem se sente, já nem se cheira. Já nem nada.

Os sorrisos não se compram, nem se dão de prenda, os sorrisos existem por existir, quando têm de existir.