segunda-feira, novembro 17, 2008

fria e racional. fria e racional e cortes profundos e medo de ter medo.
e autoconheçimento a mais, e olhos que percorrem o chão e mentem fechados.
soluços e dor descontrolada e uma vontade firme e estupida de continuar a suster o medo infernal.
eu preciso de sentir mas tenho medo de sentir.
é um ciclo infinito de barreiras agonizantes impossiveis de transpor.
é cruel mas sou eu quem me magoa.
é inconpreensivel mas faz sentido.

domingo, novembro 02, 2008

não se percebem as coisas banais. não se percebem as pessoas, nem os seus motivos. não se percebem porque não nos sabemos, somos alterados pelo mundo interior abstrato, filtramos e dissolvemos. Criamos isto, um nada sem sentido que absorvemos sempre nulo.

Dançar na terra de ninguém e voltar só porque sim.
não há um sorriso mas há dedos bailarinos.
e pensamentos soltos desorganizados e vivos.

sábado, novembro 01, 2008

não faz sentido, não devia impedir-me de sentir, não devia filtrar os sentimentos de um modo tão simples e automático. sou um ser demasiado racional, não me posso impedir de pensar mas posso impedir o sentimento, como se impedisse a dor, como se o mundo fizesse sentido assim, vazio. o mundo interior vazio e paralizado, a querer sentir como se sentir fosse possivel sem dor, e bloquea, bloquea porque não há sentimentos sem dor, não à ganho nem perda, há o medo que me petrifica. Pergunto por mim e pela minha pessoa, tudo são ecos neste vazio, neste impasse de querer e temer sentir. Sinto-me deslocada de mim, olho-me estranha, não sei que mãos escrevem, mas sinto-me livre por finalmente desbloquear e brotar todas as palavras alojadas em mim. Lembro-me de mim, lembro e tento não lutar contra mim, desfaço-me do sentimento pesado, e o mundo desaba para poder voltar a sentir. Não quero um mundo oco, quero sentir nem que esse sentir seja só dor. Desculpa-me Marta se algum dia nos disse que acabava, a dor de não sentir doi mais e eu não sabia.

suspiro,

mãos frias de Outono.
quebrou-se o medo.