terça-feira, outubro 17, 2006

Sabem, eu vivo aqui, dentro do meu coração sem sonhos nem sentimentos. E mesmo assim consigo ter os olhos manchados de vermelho sem lá ter lágrimas. E aqui dentro acabo por viver de memórias ou fazer de conta que me lembro e que houveram coisas bonitas. E quando durmo, às vezes ainda o vejo, como hoje, e quase pareçe verdade o que não foi, e que as desculpas se pediram e que os dias recuaram ao dia em que tudo se perdeu e tudo começou de novo outravez e o dia de hoje não existia mais. E depois. Acorda-se. E dá-se a queda.
Podesse eu chamar a isso sonhar. Não se sonha quando a nossa casa quebrou e a nossa casa é o nosso coração. Quando estamos sózinhos só com lembranças de mentira. Ou coisa alguma.


A Marta devia ler mais e escrever menos. A Marta vai fazer isso pra não ter mais de se esconder atrás das suas palavras porque a dos outros chegam sempre.

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