domingo, agosto 20, 2006

Apaguei tudo. Não podia ler mentiras em que eu queria acreditar. Não que não pudesse algum dia achar que afinal sou suficientemente boa que até 'sirvo' para ti. Não que não achasse que poderias olhar para mim mas não consigo evitar sempre de pensar de que isso é impossivel. E isto tudo torna-se sempre impossivel. Os pensamentos controlam os actos. Todos os actos acabam em tudo menos em algo do que pensamos. Defeitos. Vejo-me repleta deles. Acabo sempre a pensar que as pessoas me julgariam por eles. De facto. Acabamos sempre a fazer isso. A fazer juizos de valor das pessoas. Existirá alguém que não julgue? E que apesar de todos os defeitos e de pequenas virtudes nos aprecie verdadeiramente. E nos aceite. Assim, só como somos. Se algum dia conseguir evitar isto, tirar-te de mim, tirar este péssimismo. E voltar a sorrir. Com um olhar expressivo que reflita esse mesmo sentimento. Não gosto no que me tornei. Distante. Sempre com um mau feitio a que as pessoas chamam personalidade forte. Na verdade, sou demasiado vulnerável e acabo por afastar-me. Ou fico agarrada a pessoas como tu. O que faz odiar-me tanto. E querer-te ainda mais. É sempre confuso. Se nunca tivesse ficado nesta situação não pensaria desta mesma maneira, continuava a não dar importância ao que sinto e não saberia o que sei hoje. Porque o tempo trouxe dor mas também sabedoria.
Olha no que nos tornámos.
No que me tornei.

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