o deus ri e faz a sua dança macabra. ás vezes penso que ele é um mágico que nos vais piscando o olho e que nos envia barcos em direção à eternidade, mais ou menos como um autocarro sem paragens. andamos por cá a venera-lo, a beija-lo e ele acaba sempre por se meter dentro da tal caixa de madeira ou lá faz um truque e transforma-se em cinza. transformou-se numa coisa ausente, que aparece quando quer. ninguém gosta disso, do seu jogo de escondidas e de palavras pouco claras. é dificil pensar as coisas de uma maneira pouco concreta, também já faz pouco sentido pensar, somos umas máquinas, o deus ou o semi deus pensa por nós, aliás, o deus gosta de aparecer na televisão, mas também é só de vez em quando, não fosse tornar-se um hábito perigoso e a ociosidade ser maior. ele é um tanto preguiçoso, já não escreve e o pouco que deixou por cá não é claro, já pensei se seria uma anedota, sim, porque andamos em guerra a tentar adivinhar que deus será. por mim pode ser um tipo que faz magia e que envia mensagens para o telemóvel, aparece na televisão e que escreve de forma concreta. não que não o seja, apenas se limita à magia da invisibilidade e raramente me pisca o olho. nunca ninguém disse que ele era uma coisa má, porque se supôs que ele era a coisa boa, uma coisa invisivel mas boa. ou ninguém vê maldade neste jogo de xadrez transformado em guerra, ou o confundem com todas as sombras de bondade. é natural, seremos morte nada melhor que dançar, afinal o corpo está doente e a alma sofre de cancro, o olhos, esses estão cegos, quem se importa com aquilo que está escrito, ou quantas formas toma o deus, a verdade absoluta não se questiona, nem que seja mentira, o senhor deus disse e pronto, está dito. não me perguntem que deus. ele não pisca o olho à Marta, nem joga às cartas com ela, nem nunca passa na sua televisão e também não escreve poesia ou coisas a braile para nós que andamos cegos entre a sua invisibilidade.
sexta-feira, abril 02, 2010
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