quinta-feira, abril 01, 2010

É o tal reconhecimento inútil que procuramos, faz de nós criaturas cuja farsa incessante gera este mundo ambiguo, é paradoxal porque é impessoal e intimo, é uma questão de matar os afectos, de quebrar de vez com a voz interior e de ignorar essa beleza constante e devoradora da vida. deixamos de ser racionais, apreciamos a guerra constante, no fundo é um quase um combate de um semideus que tenta a grande fuga, no fundo ninguém quer adiar o tremendo desespero que a morte imprecisa trouxe, nem ninguém quer dizer basta ou cair num lamento desmoronante. somos uma tensão real que ignora a voz do pensamento, parecemos isto humano e deus, domados pela ciência e loucura constantes. espalhamos o amargo desespero fragmentando até à exaustão por todas as criaturas. criamos uma civilização morta, de seres frios e animais destruidos. o semideus dança e ri, o semideus cria o reino da anarquia, e joga e os destroços vão ficando e não há racionalidade nem lamento porque as criaturas entre o deus e humano estão mortas, sujas e estragadas.



em fuga.

Sem comentários: